O objetivo, conforme revelou Filosa, é retomar em 24 meses a participação de mercado que Peugeot e Citroën tinham no Brasil dez anos atrás, quando a dupla respondia por 5% do mercado nacional. No ano passado, as duas marcas ficaram com apenas 1,3% das vendas totais de carros no Brasil.
“Peugeot e Citroën têm muito futuro na Stellantis, muito futuro no Brasil. A gente quer investir nesse futuro”, afirmou o executivo.
Ao tratar, durante a entrevista, da sustentabilidade da operação industrial da Peugeot e da Citroën no sul do Rio de Janeiro, ele considerou que, assim como acontece na Argentina, a fábrica das marcas no Brasil é eficiente e competitiva, enfatizando também o objetivo do grupo de proteger todas as plantas na fusão entre Fiat Chrysler e Peugeot Citroën que deu origem à Stellantis.
Da mesma forma, mesmo com as dificuldades trazidas pela pandemia, os investimentos de R$ 16 bilhões no Brasil até 2024 estão mantidos. Filosa adiantou, porém, que parte importante desse montante já foi executada em projetos como a renovação da picape Strada, a produção de motores turbo na fábrica de Betim (MG) e a expansão de capacidade de fornecedores. “Estamos no meio do caminho mesmo”, revelou Filosa ao falar do programa de investimentos.
Por outro lado, observou o presidente da Stellantis, a instabilidade do mercado dificulta qualquer plano de introduzir novas marcas, como a alemã Opel, no País.
Repetindo a visão de que a crise de abastecimento passa pelo pior momento, principalmente em razão da falta global de componentes eletrônicos, Filosa admitiu que a montadora talvez tenha que reavaliar o planejamento da produção, embora a demanda venha se comportando dentro do previsto. “Se fosse depender da demanda, a gente manteria todas as previsões, ou mesmo melhoraria a previsão para o Chile. Mas a escassez de componentes é severa e exige replanejamento. Se neste trimestre a gente observar grandes faltas de insumos, vamos ter que fazer um replanejamento”, antecipou.
A exemplo da Anfavea, a entidade que representa a indústria nacional de automóveis, a expectativa da Stellantis é de um mercado “um pouco abaixo” de 2,4 milhões de veículos no Brasil em 2021, o que corresponde a um crescimento ao redor de 15% em relação ao ano passado.
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