“Quando Pedro nasceu, eu fazia festa de ‘mesaniversário’ todo mês. Meu sono ficou supersensível. Se ouço um barulho à noite, dispara uma carga de adrenalina no meu corpo. Enfim, sou mais desse trabalho normalmente associado à mãe”, disse o artista em entrevista ao jornal O Globo, publicada neste domingo, 8.
Por outro lado, ele diz, o marido é o “pai”, aquele que é “o brincalhão, o bobo, desregula os horários”. Ao falar desse novo momento em família – os dois estão casados há 16 anos -, o ator fala da alta responsabilidade que é cuidar de uma criança.
“Nem todo mundo deveria ter filho. A gente, país católico, fala pouco sobre controle de natalidade. Muitas crianças nascem sem que os pais tenham desejado. Para ter filho, é preciso desejar muito, fazer tudo com afeto e amor. Porque na primeira noite sem dormir ou quando se suja todo de cocô…”, brinca.
O casal optou por gerar Pedro em barriga de aluguel nos Estados Unidos porque no Brasil, além da prática ser ilegal (só é permitida a barriga solidária, sem caráter comercial), o procedimento permitido não era favorável. “Para ser alguém fora da família [no caso de barriga de aluguel], teria que entrar na Justiça. Havia um medo de algo dar errado”, disse o ator.
Embora estejam casados há mais de uma década e pessoas próximas ou que conheciam a história do ator soubessem da relação homoafetiva deles, o artista só falou abertamente sobre a homossexualidade no mês passado. Durante o quadro Super Dança dos Famosos, do Domingão, ele declarou o amor que sente pelo filho e pelo marido.
“Gostaria muito de declarar meu amor aos dois. Acho muito importante esse posicionamento para que outras pessoas também possam ver isso e se sentir iguais”, disse na ocasião. Questionado agora sobre o porquê de ter feito isso na TV depois de tanto tempo, Carmo Dalla Vecchia respondeu: “Porque eu queria ter pertencimento”.
“Era algo que já queria fazer há tempos. Nunca menti pra ninguém. Qualquer pessoa que sabia da minha história ou convivia comigo um pouquinho, sabia. Mas chega uma hora em que você quer manifestar exatamente aquilo que é. Talvez também pelo meu trabalho. Sempre ouvi a pergunta: ‘Que tipo de mulher você gosta?”. Óbvio que a pessoa sabia, mas fazia a pergunta de maneira malandra para saber como eu sairia daquela”, completou.
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