Parece até história de pescador, mas não é: exatamente no dia em que a Polícia Federal bateu na porta dos Bolsonaro, a família decidiu sair às 5 da manhã para pescar. Talvez estivessem realmente atrás de peixe fresco, mas o que trouxeram do mar foi a justificativa número um no manual de todo político investigado: tudo isso se trata de uma perseguição.
Nas palavras do ex-presidente: “Afinal de contas, que crime nós cometemos? Agora, é uma perseguição implacável, que tem como objetivo esculachar”. Ainda de acordo com Bolsonaro, em função da live do último domingo, sabia-se que a família estava reunida em um mesmo local: “Eles esperavam pegar todos os filhos juntos e fazer um grande evento para a imprensa”.
Nisso tudo, o que seria do brasileiro se não pudesse rir das próprias desgraças? Na internet, há quem tenha a audácia de dizer que se tivessem parado o barco, não haveria perseguição. Outros zombaram ainda mais, sugerindo que a família não deve ter ficado muito longe da praia porque, afinal, “vai que a Terra é plana e eles caem no espaço”…
Também parece piada, mas a pergunta fundamental é séria e simples: o que um vereador do Rio de Janeiro tanto fazia em Brasília? Aliás, existe vereador federal? Para quem vive em uma realidade paralela, assombrado por tudo e todos, onde nem a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é confiável, nada mais natural que tenha sido criada uma “Abin paralela”.
Teorias da conspiração à parte, tudo ainda é provisório. Seguem as investigações e a única certeza é de que os partidos vão tirar proveito do ocorrido nas eleições municipais. E na eterna luta do político para permanecer de pé diante da opinião pública, se ficar provado que há coisa errada de verdade aí, é capaz que os mais fanáticos comecem a espalhar pelo “ZapZap” que Carlos Bolsonaro é filho do… Lula.
Fogo no parquinho
Há quem diga que Jair Bolsonaro é excessivamente desconfiado, mas ele tem os seus motivos. O que não falta é gente que se elegeu na sua carona e que depois seguiu outros rumos. Foi assim com a senadora Soraya Thronicke (Podemos), o ex-governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (Republicanos) e, entre outros, é o que aparentemente está fazendo o deputado federal, Zé Trovão (PL). Coisas da política, ainda mais em ano de eleição.
Nessa onda, o povo dá a sua contribuição para manter o Brasil entre os maiores produtores de memes no mundo. Por exemplo, em São Paulo circula a piadinha de que, após voltar ao PT, “Marta Suplicy é a cereja do Boulos”. No caso, Guilherme Boulos, candidato à prefeitura paulistana, cargo que também deve ser disputado por Padre Kelmon, aquele mesmo, pelo Partido Renovação Democrática (PRD), antigo PTB. E fica a expectativa pelos memes que serão criados em cima da propaganda eleitoral gratuita.
Enfim, ano de eleição e olimpíadas é como diria Galvão Bueno: “haja coração”.
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