O governo prometeu abrir o novo sistema ao tráfego em novembro de 2023 – incluindo seis conjuntos de túneis e 46 obras de arte, entre pontes e viadutos. A um custo de R$ 1,5 bilhão, ela será realizada pela Concessionária Tamoios, que já administra a rodovia. Prefeitos da região comemoram a retomada, mas aguardam anda o acesso a mais detalhes do trabalho.
O contorno terá 33,9 quilômetros de extensão em dois trechos. O primeiro, entre Caraguatatuba e Ubatuba, tem 80% das obras já concluídas e deve ser entregue até março de 2022. Os serviços incluem pavimentação e conclusão de viadutos – falta a ligação do contorno com a Rio-Santos. Quando esse trecho estiver pronto, a duplicação do trecho de serra da Tamoios, iniciada há dez anos, estará concluída. Assim será possível chegar a Caraguatatuba andando só em pista dupla.
O segundo trecho, entre Caraguatatuba e São Sebastião, é o mais complicado, pois exigirá a construção de viadutos e grandes túneis. A obra inclui uma ligação expressa com o Porto de São Sebastião. O prazo para a entrega é de 26 meses após o início dos trabalhos. Ou seja, a obra só ficará pronta no próximo governo estadual.
Conforme o secretário de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, com a conclusão total do Contorno Tamoios os caminhões e carretas chegarão ao Porto de São Sebastião sem entrar no sistema viário municipal. “Isso alivia o fluxo para os turistas e aumenta a capacidade de carga para o Porto de São Sebastião. Vai ter um grande impacto na capacidade operacional do porto”, disse.
Rearranjo
Segundo ele, a obra havia sido paralisada no governo anterior (Márcio França, do PSB) por problemas técnicos e administrativos. Para a retomada foi necessário um levantamento técnico, econômico e jurídico, realizado pela Fipe.
“Precisou ter um rearranjo e entendemos que a melhor solução seria a concessionária assumir”, explicou o secretário. A Concessionária Tamoios inicia as obras ainda este mês.
O prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Junior (MDB) esteve recentemente no Palácio dos Bandeirantes, falando com o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) sobre a retomada. A conclusão, destacou, “é de extrema importância, um sonho e uma necessidade para o litoral norte”, comemorou, lembrando que a obra beneficiará diretamente cerca de 250 mil pessoas em Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela.
Já o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), disse que ainda falta o governo apresentar à prefeitura o plano de interligação entre a rodovia e o sistema viário de sua cidade. Ele lembrou que São Sebastião tem acessos ao eixo norte e ao eixo sul, levando às praias da região sul do município, como Maresias, Juquehy e Barra do Una. “Essas ligações dependem do governo do Estado e ainda não foram apresentadas”, avisou.
Outro ponto importante, segundo Augusto, é que o projeto também deve considerar o acesso direto de caminhões e carretas ao Porto de São Sebastião, por meio de uma rodovia classe zero, sem interferência com o viário municipal. As ruas e avenidas da cidade, com áreas tombadas pelo patrimônio, não comportam tráfego pesado.
O empresário Gilvan José da Silva, operador portuário há mais de 20 anos, disse que apenas melhorar o acesso ao porto pode não bastar. “É preciso transformar a área norte do município em retroportuária, de forma que as carretas façam a carga e descarga sem entrar na cidade.” A falta de uma malha logística trava a expansão do porto, segundo ele. “Entre carga e descarga, um navio movimenta 280 carretas e o projeto de expansão do porto prevê atender até oito navios no porto. É importante a chegada da rodovia, mas precisa pensar também nos retroportos e centros de logística, pois a área atual do porto não vai comportar toda a expansão prevista.”
Duplicação
A duplicação total da Rodovia dos Tamoios será entregue em fevereiro de 2022, dez anos após o início das obras. A estrada tem 82 km e a obra inclui 12,6 km de túneis, um deles o maior túnel rodoviário do País, com 5,5 km. A Tamoios liga São José dos Campos, no Vale do Paraíba, e Caraguatatuba, no litoral norte, dando acesso também ao Porto de São Sebastião. Começou a ser duplicada em maio de 2012, pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB). O trecho do planalto foi concluído em 2014, ao custo de R$ 672,4 milhões.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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