PCPR prende três por desvio milionário de contribuições sindicais

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu três pessoas nesta terça-feira (25) durante uma operação que desmantelou uma associação criminosa responsável pelo desvio de aproximadamente R$ 3,6 milhões de contribuições sindicais de funcionários da saúde em hospitais e clínicas privadas de Londrina e região. A ação contou com o apoio da Polícia Civil da Bahia e cumpriu sete mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária.

Entre os presos estão os presidentes de dois sindicatos – um patronal e outro laboral – além de um terceiro indivíduo. As prisões ocorreram em Londrina e Porto Seguro, na Bahia, onde o presidente do sindicato laboral foi detido. A investigação revelou que, através de convenções coletivas de trabalho, foi estabelecida a obrigatoriedade de desconto de até 20% do valor do vale-alimentação dos funcionários para subsidiar um auxílio assistencial. Essas contribuições sindicais deveriam ser transferidos ao sindicato laboral para cobrir os custos dos serviços assistenciais.

Esquema de Superfaturamento

No entanto, a empresa contratada pelo sindicato laboral para oferecer esses serviços era uma corretora de propriedade do presidente do sindicato patronal e de um terceiro indivíduo, também alvo de mandado de prisão. A PCPR descobriu que, entre janeiro de 2016 e março de 2023, a empresa recebeu 860% a mais do que deveria. Enquanto as despesas identificadas junto a uma grande seguradora somavam R$ 300 mil, a corretora do presidente do sindicato patronal recebeu aproximadamente R$ 3,6 milhões do sindicato laboral.

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Apreensões e Medidas Adicionais

Durante a operação, foram apreendidos celulares, mídias em geral e documentos. Além dos mandados de prisão e busca, a PCPR conseguiu o bloqueio de valores nas contas dos investigados e, se necessário, o sequestro de veículos e imóveis.

Segundo o delegado Thiago Vicentini de Oliveira, a investigação, iniciada no final de 2022, desmantelou a organização criminosa. “Detectamos um superfaturamento que corresponde a 860% acima daquilo que a empresa deveria ganhar. A grande parte desse valor foi destinada aos cofres do proprietário da empresa e também presidente de um dos sindicatos”, afirmou. Os suspeitos presos estão sob investigação por estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. “Os próximos passos são analisar esses documentos e itens apreendidos durante a operação”, acrescentou o delegado.

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