Produtores paranaenses podem renegociar dívidas, decide CMN

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a renegociação de dívidas de crédito rural de investimento para produtores de soja, milho e bovinocultura de leite do Paraná, com vencimento em 2024. Esta medida, anunciada em resposta aos desafios impostos por eventos climáticos adversos e pela queda dos preços agropecuários, também se estende a produtores de outros 15 estados brasileiros. Os interessados devem formalizar seus pedidos de renegociação até o dia 31 de maio.

Segundo Norberto Ortigara, Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, a decisão do CMN visa proporcionar um alívio aos agricultores e pecuaristas afetados, embora reconheça que a ação por si só não é suficiente para superar a crise profunda vivenciada pelo setor. “A prorrogação das dívidas de investimento representa um passo importante, mas ainda enfrentamos a necessidade de ações mais amplas devido à significativa perda de safra e à queda generalizada dos preços agrícolas”, destacou Ortigara.

O estado do Paraná, em particular, tem experimentado uma crise no setor leiteiro, exacerbada pela importação excessiva de leite em pó, especialmente dos países do Mercosul, o que impactou negativamente os preços pagos aos produtores locais. Como resposta, o governo estadual busca soluções para revitalizar a produção leiteira, incluindo a possível implementação de taxas sobre a importação de leite em pó.

A medida de renegociação visa aliviar o impacto financeiro sobre os produtores rurais, cujas atividades foram severamente afetadas tanto pelos fenômenos climáticos quanto pela volatilidade do mercado. Com custos de produção ainda elevados devido ao preço dos insumos, a renegociação oferece um respiro para os agricultores e pecuaristas, permitindo que até 100% do principal das parcelas vencidas ou vincendas no período de janeiro a dezembro de 2024 sejam renegociadas, desde que as operações estivessem adimplentes até 30 de dezembro de 2023.

A renegociação cobre linhas de crédito de investimento rural financiadas por recursos controlados e abarcadas por programas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), além de outras iniciativas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de fundos constitucionais.

A decisão do CMN representa uma intervenção crucial para o setor agropecuário, prometendo mitigar as dificuldades financeiras enfrentadas pelos produtores e oferecendo esperança de uma recuperação mais estável e sustentável.

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