Baseado em diretrizes nacionais do Governo Federal, o Paraná está desenvolvendo e promovendo o Plano Estadual para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+ Paraná). O objetivo é promover o desenvolvimento sustentável do setor, conciliando crescimento econômico e responsabilidade ambiental.
Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs), Sistema Plantio Direto (SPD), Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), florestas plantadas, tratamento de dejetos animais, adaptação às mudanças climáticas, são programas definidos no escopo do plano nacional e visam também reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na produção agropecuária.
O plano ABC criado pelo Governo Federal, foi aprovado em 2011 e publicado em 2013 como uma política pública composta de uma série de ações que propõem a ampliação de práticas agropecuárias sustentáveis e estabelece metas e índices a serem alcançados até 2030.
ABC+ Paraná
Sob a coordenação de Breno Menezes de Campos, chefe do Departamento de Florestas Plantadas (Deflop) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o plano implementado pelo Paraná visa reavaliar metas em 2025 para garantir resultados expressivos. A estratégia abrange desde pequenos hortifruticultores até grandes produtores de grãos, destacando a importância de práticas sustentáveis.
“A produção sustentável deve ser compromisso de todos, pois a terra, o ar e a água são os principais insumos para quem está integrado à missão de produzir alimentos”, avalia Breno. “Produzir e ganhar em produtividade não está em dicotomia com a preservação e o cuidado com o meio ambiente, pelo contrário, o ambiente responde de forma positiva quando é bem tratado”, complementa.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior, ressaltou a relevância dos esforços em prol de um Planeta mais sustentável e enfatizou a significativa contribuição que o estado já tem proporcionado nessa área. “Estamos crescendo economicamente, mas com responsabilidade ambiental”, salientou o governador. “Este Plano ABC+ exige esforços de todos, mas é uma contribuição consistente que o Paraná dá na construção de uma política inovadora de respeito ambiental e social”.
Para Natalino Avance de Souza, secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, o setor agropecuário paranaense, representado por várias entidades que elaboraram o documento, desempenhará um papel crucial na garantia de um futuro saudável, preservando os recursos naturais. “Recebemos vários benefícios da natureza, como a água, o ar e a terra, e vamos trabalhar para mantê-los física, química e biologicamente bem equilibrados”, complementou e secretário.
Desafios
Ressaltando a intensão de promoção de novos modelos produtivos, o governo do estado lembra que o segmento agrícola no Paraná já é reconhecido por suas boas práticas agropecuárias, como o Sistema de Plantio Direto, adotado desde os anos 70. Nesse sentido, o estado reforça o compromisso ambiental ao endossar o Programa ABC do Governo Federal em 2015, durante a COP-21, que resultou no Acordo de Paris. Em 2021, o programa foi ampliado com a criação de uma linha de crédito para tecnologias e sistemas de produção rurais, visando à adaptação às mudanças climáticas e à mitigação de gases de efeito estufa. O Paraná foi o tereiro estadoa aderir à política do ABC+.
De acordo com o Segundo Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Paraná, 58% das emissões de 2019 foram atribuídas à pecuária, agricultura e mudanças no uso da terra. Esse cenário destaca a importância da responsabilidade dos agricultores e pecuaristas na devida fixação de carbono na estrutura vegetal nos processos produtivos.
O Plano ABC+ Paraná, elaborado com a colaboração de diversas entidades públicas e privadas, prevê a recuperação, até 2030, de 350 mil hectares de pastagens degradadas, a qualificação do Sistema de Plantio Direto de Grãos em 400 mil hectares e a ampliação do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças em quatro mil hectares. A tecnologia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta será estendida para mais 500 mil hectares.
Além disso, o plano prevê a expansão dos Sistemas Agroflorestais em 30 mil hectares e das florestas plantadas em 220 mil hectares. A utilização de bioinsumos será incentivada em 430 mil hectares, assim como a adoção de sistemas de irrigação em 48 mil hectares. Também está prevista a ampliação do Manejo de Resíduos de Produção Animal em 78,9 milhões de metros cúbicos e o aumento do número de bovinos terminados de forma intensiva em 60 mil cabeças.
Compromissos do País
O Brasil, através do Plano ABC+, estabeleceu a meta de reduzir a emissão de carbono em 1,1 bilhão de toneladas até 2030, complementando o Plano ABC anterior, que superou suas metas ao mitigar o equivalente a 170 milhões de toneladas de dióxido de carbono entre 2010 e 2020 em uma área de 52 milhões de hectares, superando em 46,5% a meta estabelecida. A abordagem integrada do plano abrange cuidados com o solo, conservação da água, respeito à biodiversidade e cumprimento do Código Florestal, garantindo uma produção de alimentos sustentável e ambientalmente responsável.
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