Paraná é referência mundial em doação de órgãos e lidera índices no Brasil

No Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, o Paraná reforça sua posição como uma das maiores referências globais na área. Se fosse considerado um país, o Estado ocuparia a 3ª posição mundial em doadores, atrás apenas da Espanha e dos Estados Unidos.

De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), elaborado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o Paraná registrou 42,3 doadores por milhão de habitantes em 2024, mais que o dobro da média brasileira (18,6). O líder mundial é a Espanha (49,3), seguida pelos EUA (48,04).

Em 2025, até junho, o Estado aparece em 2º lugar no Brasil, com 37,9 doadores por milhão, atrás apenas de Santa Catarina (42,4), mas ainda muito acima da média nacional (19,5).

Transplantes realizados e envio de órgãos

Entre janeiro e agosto de 2025, o Paraná contabilizou 315 doações efetivas e 452 transplantes de órgãos:

  • 262 de rim
  • 162 de fígado
  • 20 de coração
  • transplantes conjugados (rim/pâncreas e rim/fígado)

Além de atender sua própria demanda, o Estado é protagonista no envio de órgãos para outras regiões. Em 2024, liderou as transferências interestaduais, com 150 órgãos destinados a pacientes de fora, à frente de Santa Catarina (141), Rondônia (116) e Goiás (106).

Estrutura do Sistema Estadual de Transplantes

O desempenho paranaense se apoia em uma das estruturas mais completas do País. O Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR), coordenado pela Central Estadual de Transplantes (CET), conta com:

  • 4 Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) em Londrina, Maringá, Cascavel e Curitiba
  • 70 hospitais notificantes
  • 34 equipes transplantadoras de órgãos e 72 de tecidos
  • 5 laboratórios de histocompatibilidade e 3 de sorologia
  • 3 bancos de tecidos
  • cerca de 700 profissionais especializados

Outro diferencial é a logística. O Paraná renovou em 2024 sua frota terrestre com 18 veículos novos, além de contar com um helicóptero e cinco aviões disponíveis 24 horas por dia para transporte de órgãos e equipes. Desde 2019, foram realizadas 708 missões aéreas, somando mais de 2 mil horas de voo.

Menor taxa de recusa familiar do Brasil

A decisão de doar órgãos depende da autorização da família, mesmo que o paciente tenha manifestado vontade em vida. Nesse ponto, o Paraná também é referência nacional.

Em 2024, o Estado registrou a menor taxa de recusa familiar do Brasil: 28%, contra uma média nacional de 46%. Foram 854 entrevistas, com apenas 236 recusas. No mesmo período, estados como Rio Grande do Sul (47%), Minas Gerais (42%), São Paulo (40%) e Rio de Janeiro (35%) apresentaram índices mais altos. Já Tocantins (84%), Amazonas (77%) e Mato Grosso (76%) tiveram os piores resultados.

De janeiro a junho de 2025, a taxa paranaense oscilou para 31%, ainda muito abaixo da média nacional (45%).

Esse resultado é atribuído à atuação das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs), presentes em 70 hospitais do Estado, que realizam o acolhimento das famílias, entrevistas e organização do processo em parceria com a Central Estadual de Transplantes.

Setembro Verde

Desde 2015, o Paraná avançou de forma consistente no ranking da ABTO. Em 2023 e 2024, liderou o país com 42,5 e 42,3 doadores por milhão de habitantes (pmp), respectivamente. Em 2025, aparece em 2º lugar, atrás apenas de Santa Catarina.

O Setembro Verde, instituído pela Lei Federal nº 11.584/2007, dedica o mês inteiro à conscientização sobre a importância da doação de órgãos.

“O trabalho conjunto, a dedicação das equipes e a solidariedade das famílias nos tornam protagonistas nesse processo. Cada órgão doado representa a continuidade da vida e a esperança de quem espera na fila”, destacou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.

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