Paraná realiza 24 transplantes pediátricos em 2025

A solidariedade de famílias doadoras permitiu que o Paraná realizasse 24 transplantes pediátricos, entre janeiro e setembro de 2025, beneficiando crianças e adolescentes de até 17 anos em estado crítico, que receberam coração, fígado e rins, ganhando uma nova chance de vida.

Para que pacientes entrem na lista de espera, é necessário o diagnóstico de doença com indicação de transplante, realização de exames e avaliação multiprofissional rigorosa.

A história de Vicente

Em 2024, Vicente Sgarbossa Medeiros, aos cinco meses de idade, foi diagnosticado com miocardiopatia dilatada, condição grave que compromete a função cardíaca. Internado no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, permaneceu cinco meses na UTI, até receber a doação de um novo coração — sua mãe, Raquel Sgarbossa, relatou o sofrimento e a esperança durante a espera pelo transplante.

“A espera é dolorosa, cansativa, preocupante, angustiante. É como esperar por algo que vai salvar a vida do seu filho, porém você não sabe quando vai acontecer, se vai ser hoje, daqui uma semana, em um ano, e ver o quadro clínico piorando”, contou Raquel.

Assim como Vicente, outras crianças foram beneficiadas. Dos 24 transplantes pediátricos realizados em 2025, dez foram de coração, seis de fígado e oito de rim. A maioria dos órgãos veio do Paraná, com apenas dois casos de doação interestadual. O tempo médio de espera foi de um ano.

“Vicente é um milagre na minha vida. Só temos a agradecer à família doadora por este gesto de amor e solidariedade, que em meio ao luto disse sim para a doação de órgãos e o milagre aconteceu na vida do meu pequeno”, completou Raquel.

Sistema Estadual de Transplantes do Paraná

O Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR), coordenado pela Central Estadual de Transplantes (CET/PR) e apoiado por centrais regionais, organiza a doação e transplante de órgãos e tecidos no Estado. O sistema é referência nacional e internacional pelas altas taxas de efetividade, logística robusta e capacidade técnica.
O governo estadual disponibiliza 22 veículos próprios e 12 aeronaves para transporte emergencial de órgãos, garantindo agilidade e segurança.

“O sistema é uma política de Estado consolidada, que se destaca no cenário nacional e internacional pelos altos índices de doação e transplante”, reforçou o secretário de Saúde, Beto Preto.

Taxas e resultados

O Paraná se destaca nas taxas por milhão de população (pmp) em transplantes pediátricos. Em 2024, foi segundo lugar nacional em transplantes cardíacos pediátricos, com 2,4 pmp, ficando atrás apenas do Distrito Federal (3,4 pmp). No transplante de fígado, alcançou 6,1 pmp, terceiro lugar nacional, e nos transplantes de rim, ficou em quinto lugar com 5,2 pmp.

Nesse momento, 67 crianças e adolescentes aguardam por transplantes no Estado.