O Estado do Paraná está registrando avanços significativos no campo das cirurgias eletivas, alcançando a marca de 442.259 procedimentos realizados entre janeiro e agosto de 2024. Esse número impressionante se traduz em uma média de 1.819 cirurgias por dia, ou 75 por hora. Mesmo sem considerar os últimos quatro meses do ano, já se pode afirmar que este é o maior número de cirurgias eletivas realizado na última década, conforme dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Desse total de procedimentos, 95,47% (442.201) foram realizados em unidades próprias do estado ou em serviços parceiros credenciados, enquanto 4,53% (20.068) foram feitos no âmbito do Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas (PNRF), coordenado pelo Ministério da Saúde. Esse programa federal foi estabelecido em conjunto com a rede estadual para atender cirurgias oftalmológicas, urológicas, ginecológicas e outras áreas de alta demanda.
Expansão da rede
O estado espera que, em breve, mais serviços de saúde sejam credenciados para atender cirurgias de maior demanda, como aquelas relacionadas às vias aéreas, face, cabeça e pescoço, além de procedimentos do aparelho da visão, aparelho digestivo, sistema osteomuscular e aparelho geniturinário. Atualmente, essa rede é composta por 342 hospitais que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) no Paraná, atendendo à população em diversas especialidades.
A Sesa esclarece que essa evolução foi possível graças a um conjunto de ações voltadas especificamente para as cirurgias eletivas. Dentre as principais iniciativas, destaca-se o aumento dos repasses para custeio de internações de urgência e emergência no SUS, além do lançamento do Programa Opera Paraná, que é uma estratégia permanente para redução de filas. O governo investiu R$ 300 milhões nessa iniciativa, além de expandir a capacidade de atendimento com a abertura de novos leitos de enfermaria e UTI.
Crescimento na década
Se compararmos com os anos anteriores, a evolução é clara. Em 2013, no mesmo período de janeiro a agosto, foram realizadas 207.592 cirurgias. Entre 2014 e 2019, a média de cirurgias realizadas no estado foi de 286.367. Mesmo durante a pandemia, as cirurgias eletivas continuaram e, desde 2022, os números vêm aumentando constantemente. Em 2023, por exemplo, o Paraná realizou 393.352 cirurgias eletivas nos primeiros oito meses do ano, mostrando o compromisso contínuo do estado em melhorar os serviços de saúde.
De acordo com o secretário de Saúde, Cesar Neves, o trabalho realizado no Paraná tem sido permanente, já que a fila para cirurgias é dinâmica. “Estamos avançando, e muito, na saúde do Paraná, ampliando a realização de cirurgias e levando os procedimentos mais próximos do cidadão paranaense. Nosso trabalho é contínuo, porque enquanto um paciente está sendo operado, outros estão entrando na fila”, comentou o secretário, ressaltando o compromisso do estado em garantir que as cirurgias sejam realizadas dentro do prazo necessário.
Redução de filas de espera
A força-tarefa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vem sendo eficaz na organização das filas de espera para cirurgias eletivas. Diversas frentes de ação foram adotadas, sendo uma delas a qualificação do paciente, com busca ativa daqueles que estão na fila há mais tempo, permitindo uma avaliação correta das condições de cada um. Isso ajuda a reduzir a fila e agilizar os procedimentos. Outra estratégia importante é reduzir o tempo de espera para novos pacientes, evitando o acúmulo de procedimentos e otimizando o fluxo de atendimentos.
Nos últimos dois anos, a força-tarefa trouxe resultados positivos. O tempo médio de espera entre a solicitação de cirurgia e a realização do procedimento caiu em 38%. Em 2022, o tempo de espera era de 105 dias, mais de três meses, enquanto em 2023 esse tempo foi reduzido para 65 dias. Agora, em 2024, a espera é de apenas 63 dias, pouco mais de dois meses, demonstrando que o esforço para reduzir as filas tem sido efetivo.
Conforme dados da Central de Acesso à Regulação do Paraná (Care/PR), 75.246 pacientes aguardam por cirurgias eletivas no estado. Embora a fila seja constante e novos pacientes entrem diariamente, o importante é garantir que os procedimentos sejam realizados dentro do prazo adequado. “A fila nunca cessa, mas nosso objetivo é garantir que as cirurgias sejam feitas no tempo certo. Precisamos acelerar os que já esperam há anos e equilibrar o atendimento com os que entram todos os dias”, reforçou o secretário de Saúde.
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