Paraná reforça combate a incêndios florestais com aeronaves

A partir desta terça-feira (17), o Estado do Paraná contará com o apoio de dois modelos de aviões no combate a incêndios florestais de grandes proporções em áreas de proteção, conservação e parques estaduais. O contrato, no valor de R$ 4,6 milhões, inclui o uso das aeronaves Air Tractor AT-402B, com capacidade para 1.500 litros de água, e o Ipanema, que pode carregar 900 litros. A iniciativa integra um pacote de R$ 24 milhões anunciado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior para enfrentar a estiagem no estado.

A situação de emergência, declarada em 4 de setembro, permite que municípios do Paraná solicitem parte dos R$ 5 milhões do Fundo para Calamidades Públicas (Fecap), destinados à locação de caminhões-pipa, compra de cisternas, combustível e cestas básicas.

Operação das aeronaves

A contratação de 600 horas/voo envolve duas empresas localizadas em Ponta Grossa (PR) e São Gabriel do Oeste (MS). Quando solicitadas, as aeronaves serão acionadas pela Defesa Civil Estadual e pelo Corpo de Bombeiros, com deslocamento em menos de 24 horas para o local do incêndio. Os aviões estarão disponíveis por 180 dias, com o pagamento sendo realizado conforme a utilização.

As aeronaves fixarão base em pistas ou aeroportos próximos aos incêndios e poderão permanecer no local o tempo necessário para auxiliar no combate. O volume de água lançado pelas aeronaves permite o resfriamento das áreas atingidas, facilitando a atuação das equipes de solo.

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), coronel Manoel Vasco de Figueiredo Junior, explicou que o uso das aeronaves será complementado por helicópteros para identificar pontos críticos dos incêndios, permitindo uma resposta mais rápida e eficiente.

Estiagem e alto risco de incêndios

Na primeira quinzena de setembro, 12 dias foram classificados pela Defesa Civil como de alto risco para incêndios em todo o Paraná. Mais de 11 mil focos de incêndio foram registrados desde o início do ano, resultado de uma estiagem severa, especialmente nos meses de junho, julho e agosto, quando os níveis de chuva ficaram abaixo da média.

Como parte das medidas preventivas, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) suspendeu, por 90 dias, a queima controlada no campo, em um esforço para reduzir os riscos de incêndios florestais. O Instituto Água e Terra (IAT) também proibiu a pesca em quatro bacias hidrográficas: Rio das Cinzas, Ivaí, Piquiri e Tibagi, devido à baixa dos rios e a necessidade de proteger os cardumes.

Capacitação de brigadistas

Nas próximas semanas, o Estado iniciará a capacitação de 500 brigadistas em 100 municípios. Os brigadistas serão indicados pelas prefeituras e passarão por um treinamento de 16 horas, que inclui atividades práticas. Cada participante receberá um kit completo de combate a incêndios, composto por equipamentos como abafador, capacete, luvas e colete reflexivo.

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O objetivo é melhorar a resposta rápida aos incêndios florestais em áreas de preservação, conforme destacou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros: “Com esses brigadistas capacitados, vamos melhorar a resposta para a sociedade em casos de incêndios florestais”.

As ações fazem parte de um esforço coordenado para proteger o meio ambiente e mitigar os impactos da estiagem no Paraná, garantindo maior segurança para as áreas de conservação do estado.

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