Paraná se destaca como referência no Dia Nacional de Doação de Órgãos

Nesta sexta-feira, 27, a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), por meio do Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR), celebra o Dia Nacional da Doação de Órgãos. A data, estabelecida pela Lei federal nº 11.584 de 2007, busca alertar a sociedade sobre a vital importância desse gesto que pode salvar vidas.

O mês de setembro é especialmente dedicado a essa causa, com a campanha ‘Setembro Verde’, que visa aumentar a conscientização sobre a doação de órgãos. Este ano, o tema proposto é “Seja um doador de órgãos e conte pra todo mundo”, enfatizando a relevância de comunicar o desejo de doar a amigos e familiares, já que a autorização da família é fundamental para a efetivação da doação.

Líder em doações

Recentes dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), revelam que, no primeiro semestre de 2024, o Paraná apresenta uma das menores taxas de recusa familiar, com apenas 25%. O estado também se destaca como o líder nacional em doações de órgãos, com uma média de 42,3 doações por milhão de população (pmp), seguido por Santa Catarina, com 40,7 pmp, e Rondônia, com 40,5 pmp. A média nacional é de 19,5 doações pmp.

“Temos um orgulho muito grande em dizer que o nosso Paraná é o campeão nacional em doação de órgãos. Queremos agradecer ao povo do Paraná, que nos dá essa liderança e reforçar que nunca é demais: que continue tendo esse coração generoso; doar órgãos é um ato de amor à vida”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves.

Quanto a transplantes de rim, o estado liderou o ranking de janeiro a junho, com 50,2 transplantes por milhão, e também se destacou em transplantes de fígado, ocupando o terceiro lugar com 27,6 pmp. Dentre os oito estados que realizaram transplantes de pâncreas neste período, o Paraná atingiu o terceiro lugar, com 0,9 pmp. A média no país é de 0,6 pmp. Os números gerais são significativos: no primeiro semestre, 242 doadores possibilitaram 431 transplantes de órgãos e houve ainda 644 de córneas, que é o maior número já registrado pelo Sistema Estadual de Transplantes.

Foto: Albari Rosa/Arquivo AEN

Estrutura

O SET/PR é composto pela Central Estadual de Transplantes (CET/PR), em Curitiba, e quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs), localizadas em regiões estratégicas: Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel. Para garantir a qualidade do serviço, o estado investe em capacitações contínuas para os profissionais envolvidos. O SET/PR reúne cerca de 700 profissionais, incluindo 70 Comissões Intra Hospitalares, 60 equipes de transplantes de tecidos, 23 de órgãos sólidos, além de 16 centros de transplantes, 25 centros de córneas, 23 centros musculoesqueléticos, seis centros de válvulas cardíacas, cinco bancos de tecidos e seis laboratórios de histocompatibilidade.

Recentemente, o governo do estado realizou uma significativa renovação na frota de veículos do SET/PR, adquirindo 18 novos automóveis para o transporte de órgãos, além de duas novas aeronaves que auxiliam no mesmo propósito. Com um total de 12 aeronaves, o Paraná já completou diversas missões aéreas em 2023, reforçando seu compromisso com a agilidade e eficiência no transporte de órgãos essenciais para transplantes.

Policlínica

O Hospital Filantrópico Policlínica (HFP), de Pato Branco, teve um papel fundamental no aumento dos transplantes, registrando 15 transplantes de rim e um de coração nos primeiros seis meses deste ano.

Desde o início do serviço de transplante renal em dezembro de 1985, o hospital já realizou 1.022 procedimentos. O número total poderia ser ainda maior, não fossem as restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Em relação ao transplante cardíaco, desde 2005, foram realizados 28 procedimentos, com o mais recente ocorrendo em janeiro deste ano.

Daniel Emygdio do Nascimento, nefrologista e diretor de Saúde do HFP, ressalta que o Paraná tem promovido continuamente campanhas de conscientização sobre a doação de órgãos, o que reflete nos resultados positivos.

O médico enfatiza que a doação de órgãos depende da autorização das famílias, que frequentemente tomam essa decisão em momentos de grande dor pela perda de entes queridos. “É crucial lembrar que uma doação pode salvar várias vidas. Um coração, um fígado, dois rins podem transformar a vida de muitas pessoas. Este ato é verdadeiramente um gesto de amor. A conscientização sobre sua importância é essencial, e o Paraná tem mostrado um grande entendimento nesse aspecto, liderando as estatísticas com uma taxa de 41 doações por milhão de habitantes”, concluiu o diretor do HFP.

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