O Paraná encerrou o ano de 2024 com o melhor resultado fiscal do país, conforme dados do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do Tesouro Nacional. O Estado registrou R$ 4,7 bilhões em rendimentos de aplicações financeiras, valor suficiente para cobrir os R$ 2,73 bilhões em juros da dívida pública no mesmo período. A diferença gerou um saldo positivo de R$ 1,97 bilhão em juros nominais, indicador que reflete a diferença entre os juros pagos e os juros recebidos.
Os juros nominais são o saldo líquido entre os encargos financeiros pagos sobre a dívida pública (juros passivos) e os rendimentos obtidos com aplicações e créditos concedidos (juros ativos). O resultado positivo demonstra a eficiência da gestão financeira do Paraná, que conseguiu rentabilizar mais do que gastou com a dívida pública.
Paraná alcança sustentabilidade fiscal e lidera ranking nacional
Esse desempenho posiciona o Paraná como o estado com melhor gestão do endividamento público no Brasil em 2024. Enquanto a maioria das unidades da federação enfrentou crescimento da dívida por conta dos encargos, o Paraná alcançou autossuficiência nos pagamentos, liberando espaço orçamentário para investimentos públicos.
De acordo com o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, a lógica é semelhante à de uma família que consegue cobrir seu financiamento com os rendimentos de suas aplicações. “Gastar menos com juros significa gastar mais com aquilo que vai mudar a vida do paranaense”, afirmou.
Comparativo nacional e liderança regional
O resultado de R$ 1,97 bilhão é três vezes superior ao segundo colocado, a Paraíba, que registrou saldo positivo de R$ 639,1 milhões. Grandes economias como São Paulo (-R$ 26,5 milhões), Rio de Janeiro (-R$ 18,6 milhões) e Minas Gerais (-R$ 8,1 milhões) encerraram o ano com juros nominais negativos.
Na região Sul, o Paraná foi o principal responsável por garantir a liderança regional, com resultado agregado de R$ 617,8 milhões, o maior entre todas as regiões do país. O Rio Grande do Sul teve saldo positivo de R$ 33,5 milhões, enquanto Santa Catarina terminou com resultado negativo de R$ 1,38 bilhão.
Dívida líquida negativa comprova saúde financeira
Outro destaque do relatório é o resultado da Dívida Consolidada Líquida (DCL) do Paraná, que fechou 2024 com saldo negativo de R$ 3,3 bilhões. Isso significa que o Estado possui mais recursos disponíveis em caixa do que o total de sua dívida — um indicativo de solidez fiscal e capacidade de investimento.
Segundo a diretora do Tesouro Estadual, Carin Deda, o resultado demonstra o comprometimento da gestão em manter o equilíbrio das contas públicas. “Esse saldo positivo dá mais fôlego para o Estado investir e garantir seu crescimento. Tanto que, mesmo com os investimentos recordes do último ano, o Paraná não aumentou seu endividamento”, afirmou.
A diretora também ressaltou que a estratégia adotada pelo governo estadual para gestão dos ativos financeiros e eficiência na aplicação de recursos foi fundamental para alcançar esse resultado expressivo.
Receba as nossas notícias pelo Whatsapp
Comentários estão fechados.