Paraná tem mês de outubro com mais frio e chuva

Uma massa de ar frio permanece atuando sobre o Paraná desde a passagem de uma frente fria no fim de semana e derrubou as temperaturas no estado. De acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), quatro estações meteorológicas registraram entre domingo (19) e segunda-feira (20) as temperaturas mais baixas já observadas para o mês de outubro desde o início das séries históricas.

Em Cornélio Procópio, a mínima foi de 10,4°C na segunda-feira (20) — a menor desde a instalação da estação em 2018. No mesmo dia, Laranjeiras do Sul marcou 8,3°C, também recorde desde 2017. No domingo (19), o distrito de Horizonte, em Palmas, registrou 4,7°C, e Santo Antônio da Platina teve 10,1°C na segunda-feira (20), as menores já registradas desde 2019.

Ventos passam de 79 km/h e aumentam sensação de frio

Além da queda nas temperaturas, o vento intenso intensificou a sensação de frio nos últimos dias. Segundo o meteorologista Leonardo Furlan, o fenômeno é explicado pela circulação de um sistema de alta pressão no oceano, que aumenta os ventos e transporta umidade para o continente, formando nuvens especialmente na região Leste e nos Campos Gerais.

Até as 15h30 de terça-feira (21), as maiores rajadas de vento foram registradas em:

  • Santa Maria do Oeste: 79,6 km/h às 5h45
  • Cornélio Procópio: 73,1 km/h às 2h45
  • Laranjeiras do Sul: 66,2 km/h às 8h30
  • Distrito de Horizonte (Palmas): 64,8 km/h às 2h15
  • Cascavel: 64,4 km/h às 7h30
  • Santo Antônio da Platina: 63 km/h às 7h15

“Os ventos permanecem mais intensos até o fim de semana, mas as temperaturas voltam a subir gradualmente a partir desta quarta-feira (22)”, explicou Furlan.

Pato Branco e Cerro Azul têm máximas mais baixas desde 1997

O Simepar também registrou máximas historicamente baixas em outubro em várias regiões. Em Pato Branco e Cerro Azul, por exemplo, as temperaturas não ultrapassaram 14,1°C e 15,8°C, respectivamente — as menores máximas para o mês desde 1997.

Confira algumas das máximas mais baixas já registradas para outubro:

EstaçãoTemperatura máximaDataInício das medições
Altônia18,1°C07/10/20252017
APPA Antonina16,1°C07/10/20252014
Cerro Azul15,8°C07/10/20251997
Francisco Beltrão15,6°C08/10/20252010
Guarapuava12,6°C07/10/20251997
Laranjeiras do Sul15°C08/10/20252017
Horizonte (Palmas)11°C08/10/20252019
Pato Branco14,1°C08/10/20251997
Irati11,8°C07/10/20251999
Paranaguá16,1°C07/10/20252012
Pinhão14,8°C07/10/20252003
Guaraqueçaba15,4°C07/10/20252011

Apesar das baixas recordistas, o Simepar ressalta que não é possível afirmar que outubro será mais frio que a média histórica, já que os próximos dez dias devem registrar elevação das temperaturas em todo o estado.

Chuvas superam média histórica em várias cidades

O mês de outubro também chama atenção pelo nível elevado de chuvas. Em quatro estações do Simepar, a média histórica mensal foi ultrapassada antes do fim do mês.

  • Cornélio Procópio: 171,6 mm (média histórica: 146,6 mm)
  • Guaíra: 190,6 mm (média: 190,1 mm)
  • Maringá: 171 mm (média: 160,8 mm)
  • Paranaguá: 146,4 mm (média: 138 mm)

Segundo o coordenador de operações do Simepar, Marco Jusevicius, o fenômeno ocorre pela maior instabilidade atmosférica da primavera e pela umidade transportada da Amazônia, que cria as condições ideais para formação de tempestades.

“O contraste de temperaturas, a umidade e os sistemas frontais favorecem a formação de nuvens de grande desenvolvimento vertical, com potencial para chuvas fortes e granizo”, explicou.

Simepar alerta para aumento das ocorrências de granizo

Ainda de acordo com Jusevicius, a maior parte das nuvens de tempestade contém granizo em seu interior. Isso ocorre porque a altura das nuvens ultrapassa a linha de 0°C, permitindo que parte da umidade se transforme em gelo.

“Nem sempre o granizo chega ao solo, pois as pedras menores são sustentadas pelas correntes ascendentes dentro da nuvem. Mas quando atingem tamanho suficiente para vencer essas correntes, precipitam e causam danos”, detalhou.

O Simepar destaca que o registro visual de ocorrências — com fotos ou vídeos — é essencial para análise meteorológica. O Simepar disponibiliza um formulário para que a população possa compartilhar seus registros e, consequentemente, auxiliar na análise destes fenômenos. Ele está disponível AQUI.