Município se cadastrou para acolher de 50 a 100 famílias que deixaram a região de conflito no Leste Europeu
Dados divulgados nesta terça-feira (15) pela Organização Internacional paras Migrações (OIM) e pela Organização das Nações Unidas (ONU), apontam que mais de 3 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde que a Rússia iniciou sua ofensiva em 24 de fevereiro. Ainda, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do total de refugiados, 1,4 milhão são crianças.
Também foi nessa terça, que o Município de Pato Branco (PR) revelou que se cadastrou junto ao comitê de ajuda humanitária – Humanitas Brasil Ucrânia, que é coordenado pela Representação Central Ucraniano Brasileira, de Curitiba, para assim se tornar uma cidade acolhedora dos refugiados.
A primeira manifestação foi dada pelo prefeito Robson Cantu em vídeo divulgado pela Assessoria de Comunicação do Município. Em vídeo Cantu lembrou a presença dos descendentes de ucranianos em Pato Branco e que na sexta-feira (11), aderiu ao cadastro de municípios acolhedores de refugiados ucranianos.
“Sentimos a necessidade de ajudar nossos irmãos e [a] reconstruírem suas vidas e famílias em um lugar seguro, próspero, como a nossa linda cidade de Pato Branco”, afirmou Cantu, ao destacar que em um intervalo de 30 a 40 dias famílias de refugiados estarão chegando no município que passa a se prepara para receber esta população.
A ação que envolve a comunidade ucraniana de Pato Branco, que já vem se articulando para cadastrara famílias interessadas a receber refugiados, mas também para prestar suporte nas diversas necessidades que devem surgir.
Por parte do município, as secretarias de Assistência Social, Saúde e Educação são as que neste momento estão sendo mobilizadas para o atendimento das famílias.
A secretária de Assistência Social, Luana Varaschim Perin afirma que por finalidade a pasta é voltada a acolhida, mas também, elencar as demandas da população atendida seja por alimentação, roupas, busca de documentação, e também encaminhamento para outros setores para a colocação em mercado de trabalho.
Luana afirma que com o Albergue Bom Samaritano fechado, a secretaria busca uma casa para o acolhimento das famílias que chegarem em Pato Branco, muito embora, existe a mobilização de descendentes de ucranianos que moraram no município para também receber refugiados.
De acordo com Luana, no momento, não há a intenção de refugiados em estarem em Pato Branco, porém, a disponibilidade a que o Município acenou, com o suporte da rede estabelecida localmente é de 50 a 100 famílias.
A secretária de Saúde de Pato Branco, Lilian Brandalise afirma que sua Secretaria “está em contato com o grupo que está organizando a vida dos refugiados e que as providencias que precisarem ser tomadas na área da saúde, serão tomadas”. Ainda de acordo com Lilian, uma médica que atende no município é descendente de ucranianos, o que pode facilitar o atendimento da população caso se confirme a chegada em Pato Branco.
Doações
Mesmo com a provisão de recebimento dos refugiados ucranianos nos próximos meses, a secretária de Assistência Social pede que pessoas que falem ucraniano se cadastrem para facilitar a comunicação primária, mas também nos atendimentos com psicólogos e assistentes sociais.
Luana ainda pontua que devido ao fato das famílias deixarem seus pertences para fugira das ofensivas russas, muitos estão se deslocando com poucas roupas, o que torna importante também o recebimento de roupas, móveis, para a estruturação das residências, e alimentos.
Para as doações de móveis, a população pode ligar na secretaria (3225-5544), que uma equipe busca a doação, e os alimentos, se possível levar a até a secretaria.
A população que quiser ajudar recebendo refugiados também pode se cadastrar na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, com padre Sando Daniel, ou também pelo site cadastro de acolhedores.
Perfil dos refugiados
Historicamente Pato Branco é uma cidade acolhedora de refugiados e migrantes, prova a grande comunidade de paraguaios e haitianos que aqui residem.
Contudo, diferentemente de outras ocasiões, onde chegaram ao município inicialmente homens em busca de trabalho, e posteriormente se estabeleceram as famílias, o novo eixo migratório provocado pela invasão russa a Ucrânia está movimentando mulheres e crianças, principalmente pelo fato de que homens de 18 a 60 anos estão ficando na Ucrânia para defender o território.
“Acreditamos que virão mais mulheres com filhos pequenos, adolescentes e idosos”, afirma Ivana Ostapiv Rigailo, descendente de ucranianos, que vem se mobilizando no trabalho de recebimento de refugiados.
Outra percepção que se tem no momento é de que “serão refugiados temporários, que assim que puderem irão retornar para reconstruir o país e reencontrar suas famílias”, afirma Ivana.