Pato Branco apresenta proposta para suspender despejo de famílias

O Município de Pato Branco apresentou nesta sexta-feira (12) uma proposta jurídica e social para suspender o despejo de famílias em situação de vulnerabilidade que vivem no loteamento Siliprandi. A medida ocorre após decisão judicial que concedeu prazo de 15 dias para que a Prefeitura apresentasse soluções concretas à desembargadora responsável pelo caso.

A ação visa manter a suspensão da reintegração de posse e assegurar segurança habitacional aos moradores.

Estudo técnico identificou famílias vulneráveis

Durante o período determinado, foi realizado um levantamento social e técnico que apontou que dez imóveis, com 16 famílias, estavam sob ordem de despejo. A proposta construída concentra-se em sete imóveis, abrigando dez famílias que se enquadram nos critérios de vulnerabilidade social definidos pelo Município.

Os requisitos incluem:

  • renda per capita igual ou inferior a ½ salário mínimo;
  • renda familiar de até dois salários mínimos;
  • residência no imóvel há pelo menos cinco anos;
  • não participação em programas habitacionais;
  • inexistência de outro imóvel em nome dos beneficiários;
  • situação consolidada até 2024;
  • proibição de alienação do imóvel por dez anos.

Desapropriação e permanência

A solução consiste na desapropriação dos imóveis pelo Município, mediante lei a ser aprovada pela Câmara de Vereadores. As famílias contempladas assumirão o compromisso de permanecer no imóvel por, no mínimo, dez anos, pagando um valor simbólico ao Município. Após o cumprimento das condições, terão direito definitivo às moradias.

Caso não haja acordo amigável, a desapropriação será realizada judicialmente, com depósito dos valores de indenização em juízo. A avaliação dos terrenos seguirá critérios técnicos de mercado.

Enfoque social e legalidade

O secretário municipal de Assistência Social, Paulinho Centenaro, destacou a relevância histórica do processo:

“O intuito de todo esse processo é identificar as famílias em maior fragilidade econômica e oferecer a elas uma alternativa concreta de permanência em suas residências. É mais um passo em uma situação que se arrasta há muitos anos e que agora ganha perspectiva de solução.”

A proposta não se aplica a imóveis de alto valor nem a negociações privadas entre terceiros. O foco está em famílias em vulnerabilidade, reforçando que o Município não estará privilegiando devedores, mas garantindo o direito à moradia.

Câmara de Vereadores analisará proposta

O prefeito Géri Dutra ressaltou que esta é apenas a primeira etapa de uma estratégia maior, que deve ser expandida para atender outras famílias em situações semelhantes.

“Agora, a proposta segue para análise da Câmara de Vereadores. Se aprovada, permitirá a manutenção da suspensão do despejo e a permanência das famílias vulneráveis em seus lares, com respaldo jurídico e social”, afirmou.

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