Com o ano se aproximando do fim, os dias mais quentes gradativamente voltam a aparecer e, com isso, a proliferação do mosquito Aedes aegypti volta a causar temos nas autoridades de Pato Branco. Como tentativa de evitar a proliferação, a administração pública, através da Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Saúde, intensifica as estratégias para conscientizar e fiscalizar os imóveis e terrenos.
Dentro do cronograma estabelecido pelos agentes de epidemiologia, reuniões estão sendo realizadas com os presidentes dos bairros a fim de que eles passem as informações aos moradores, reforçando a importância de manter os cuidados e solicitar que todos colaborem para combater possíveis criadouros.
De acordo com o coordenador do controle de endemias da Vigilância Sanitária de Pato Branco, Juliano Josias dos Santos, o município tem 55 mil estabelecimentos a serem vistoriados, entre residências, comércios, terrenos baldios, sendo que 89 são pontos estratégicos, onde há maior incidência de criadouros, como ferro velho, pneumáticos, loja de piscinas, recicláveis e etc.
Desses 55 mil estabelecimentos a serem vistoriados a cada dois meses, que é o ciclo que os agentes trabalham, em 30% são encontrados focos de mosquito. “Não são todos Aedes aegypti, mas onde se cria o pernilongo normal, também se cria o Aedes aegypti”, explica o coordenador.
Mutirões
Os mutirões de limpezas já passaram em diversos locais do município. Atualmente, a equipe trabalha na finalização do mutirão no bairro São Cristóvão para, em seguida, iniciar o trabalho nos bairros São João, Alto da Glória e Vila São Pedro. Nesses bairros os agentes já passaram fazendo vistoria nos imóveis e orientando a população, sendo que a partir do dia 10 de outubro há a expectativa que os caminhões passem nesses bairros.
“A questão dos mutirões tratamos como uma situação de auxílio que o município dá principalmente focado na retirada de possíveis criadouros de mosquitos”, comenta Juliano.
Epidemia
O ano de 2022 foi marcado pela epidemia de dengue em Pato Branco, onde o índice de infestação chegou a 4,4% no início do ano, uma taxa considerada grave pelas autoridades. O total de casos no ano epidemiológico 2021/2022 chegou a 4.343 casos.
De acordo com o informe epidemiológico divulgado pelo município na quarta-feira (5), o ano epidemiológico 2022/2023 que teve início em agosto soma até o momento 2 casos confirmados de dengue em Pato Branco e índice de infestação de 0,2%.
A grande preocupação do setor de epidemiologia, de acordo com Juliano, é que “como estamos saindo do inverno, estamos na primavera, as temperaturas começam a aumentar. Da metade do ano para frente onde a incidência é maior de doenças e do mosquito, intensificamos as ações”, declara.
O coordenador aponta para um grande risco porque o município enfrentou uma epidemia no início do ano e, “a partir do momento que uma epidemia se instala no município fica difícil que não aconteça no outro ano”.
Com o receio de novos criadouros do Aedes Aegypti, o município tem se preparado antecipadamente com reuniões, mutirões e outras ações.
Tivemos reuniões com o pessoal da união de bairros para conversar com os líderes para que a população nos ajude, porque se tratando do nosso setor de controle de endemias em relação aos itens a doença somos em 43 agentes ativos e como são 55 mil imóveis no município cada ciclo que a gente consegue fazer levam dois meses, então a gente passa em uma residência a cada dois meses, e o resto dos 59 dias é responsabilidade do morador. É um compromisso da população realizar a vistoria”, destaca.
Outra ação que será adotada em breve, segundo Juliano, é a aplicação de inseticida biológico, um meio de evitar borrachudos e larvas de mosquito. A aplicação deverá ser realizadas nos rios da cidade. Os agentes também realizarão palestras em escolas e intensificarão as vistorias nas residências.
“A gente tá trabalhando, mas não depende só da gente, depende também da população para que a gente não entre em uma situação epidêmica como a gente entrou no começo desse ano”, conclui o coordenador.
A população pode realizar denúncias em caso de verificar possíveis criadouros do mosquito através do Fala Cidadão (156). O proprietário da residência ou terreno apontado receberá notificação para que seja feita a limpeza. Embasado na Lei nº 4.049 de 2023, o proprietário tem 8 dias para regularizar a situação, contados desde a data de notificação. Se por ventura não for promovida a limpeza, a prefeitura fará e a cobrança é enviada junto ao IPTU.
“Conforme os locais infestados pelas larvas do mosquito forem detectados e limpos, teremos mais controle, podendo impedir a multiplicação dos casos de contágio. Dependemos do apoio da comunidade nesse enfrentamento”, explica o Secretário de Meio Ambiente, Vitor Debastiani.