Devido a baixa procura por vacinação nos últimos anos e as ameaças de retorno de doenças já erradicadas, o município de Pato Branco realiza, nesta terça-feira (13) o Dia S de vacinação contra o sarampo. A mobilização tem como objetivo atualizar o quadro vacinal da população, sendo uma iniciativa da Secretaria Estadual de Saúde, em conjunto com os municípios.
A vacinação está programada para acontecer em todas as Unidades de Saúde e na Sala de Vacinação Central para toda a população que não possuir o registro do imunizante de sarampo em suas carteirinhas de vacinação.
De acordo com o setor de imunização da Secretaria de Saúde de Pato Branco, a campanha realizada contra o sarampo em 2022 imunizou 3.016 pessoas em Pato Branco, sendo que desse montante 2.438 eram crianças e 578 trabalhadores da área da saúde. Esse total demonstra a cobertura vacinal de apenas 45,51% de crianças menores de 5 anos, faixa etária a qual foi destinada a campanha.
A coordenadora do programa de imunização, Emanoeli Stein, aponta que a meta de vacinação contra o sarampo, assim como a poliomielite, é 95% tanto para rotina, quanto para a campanha. Segundo a coordenadora, durante as imunizações de rotina o município atingiu 60% de crianças menores de 1 ano até julho de 2022. Em 2021 o número de crianças da mesma idade vacinada foi de 100% .
Durante o Dia S, a vacinação estará disponível para todas as idades, diferente da campanha que previa a vacinação apenas em crianças e profissionais da saúde. A primeira dose contra a doença é recomendada pelo Ministério da Saúde para bebês com 1 ano de idade, enquanto a segunda dose é fornecida aos 15 meses, sendo essa a última dose. No caso dos adultos, aqueles que tomaram apenas uma dose até os 29 anos deve completar o esquema vacinal com a segunda dose. Caso comprove que já recebeu o esquema de duas doses completos não há necessidade de receber o imunizante novamente.
Aqueles que não lembram se foram imunizados ou perderam a carteirinha de vacinação também podem receber a vacina. Pessoas entre 1 a 29 anos devem tomar duas doses, enquanto pessoas de 30 a 59 anos recebem apenas uma dose.
Segundo a Coordenadora do setor de Epidemiologia, Tatiany Mackievicz Zierhut, o sarampo é uma doença infecciosa aguda, grave e altamente contagiosa, sendo necessário atenção e cuidado para evitar que a doença volte a aparecer. “A transmissão ocorre de forma direta, por meio de secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, a elevada contagiosidade da doença. Também tem sido descrito o contágio por dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes fechados, como escolas, creches e clínicas”, destaca a enfermeira.
Campanha contra a poliomielite é prorrogada
A campanha de vacinação contra a poliomielite estava programada para acabar no dia 9 de setembro. No entanto, o município estendeu o prazo para imunização contra a doença até o dia 30 desse mês, com o objetivo de obter maior cobertura vacinal.
Voltada para crianças de 1 a 4 anos, 11 meses e 29 dias, a vacinação poderá ser realizada nas unidades de saúde dos bairros de segunda a quinta-feira, das 8h às 11h e das 13h às 16h, e na sexta-feira, das 8h às 11h. A Sala de Vacina Central estará aberta para a imunização de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30.
Até o momento, 70,45% do público-alvo da imunização contra a poliomielite foi alcançado, com 3.312 doses aplicadas.
Em matéria realizada pela Agência Brasil evidencia um alerta para a ameaça de retorno da paralisia infantil, a partir da queda da cobertura vacinal contra a doença e que coincide com o ressurgimento de casos em locais onde a doença já estava erradicada, como nos Estados Unidos. Na matéria ainda consta a estimativa de que três em cada 10 bebês brasileiros que nasceram em 2021 não tomaram as doses do imunizante previstas para os 2,4 e 6 meses de idade.
Segundo Emanoeli, a campanha contra a poliomielite teve mais procura do que a campanha contra o sarampo em Pato Branco. “Acredito que a população se sinta confortável pela doença ainda não estar no Brasil. Infelizmente as pessoas aguardam o risco iminente para vacinar seus filhos”, destaca.
Com a baixa procura contra os imunizantes, a coordenadora aponta que diversas estratégias são pensadas para driblar o problema, como a realização de horários estendidos, vacinação no horário de almoço, campanhas aos sábados e a ida em escolas em fim de turno para vacinar as crianças.
De acordo com a Agência Brasil, a preocupação ocorre devido à possibilidade de agravamento dos casos de poliomielite, podendo haver sequelas ou levar à morte. Mesmo com parte das pessoas que contrai o vírus não apresentar sintomas, a paralisia causada pela doença é irreversível, sendo mais comum acontecer na região das pernas. Estudos apontam que entre 5% a 10% dos pacientes que sofrem da poliomielite paralítica morrem por paralisia dos músculos respiratórios.