Pato Branco realiza mutirão de limpeza para evitar a Chikungunya

O município de Pato Branco, através do Departamento de Limpeza Pública, realiza nesta quarta-feira (8) pela manhã o mutirão de limpeza contra o Aedes Aegypti, a fim de evitar mais contágios pela chikungunya. O novo mutirão acontece em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Vigilância em Saúde, após a confirmação do primeiro caso da doença em Pato Branco.

O mutirão passará na área próxima à residência da paciente contaminada, em um raio aproximado de 900 metros. De acordo com o Sr. Enio Ruaro, responsável pelo Departamento de Limpeza Pública da Secretaria de Meio Ambiente, pede para que a população da região central retirem os entulhos e os coloque nas calçadas para que sejam recolhidos.

“Serão três caminhões e uma retroescavadeira, além do Depatran que vai nos acompanhar para cuidar do trânsito e evitar acidentes”, comenta Ruaro.

O responsável pelo departamento destaca a necessidade do auxílio da população nesse momento. “O mosquito está instalado em Pato Branco e precisamos fazer com que as pessoas entendam a necessidade de fazer o bloqueio e retirar o que pode juntar água”.

Os moradores que precisarem descartar algum móvel da residência também pode deixar o mesmo na calçada para que a equipe faça a retirada. Nos últimos dias, o município realizou visitas nas residências a fim de explicar a ação.

“Pato Branco é uma cidade que as pessoas colaboram bastante”, explica Ruaro, destacando que os mutirões realizados até o momento foram bastante proveitosos no combate ao mosquito.

Primeiro caso de chikungunya

Na semana passada, a Secretaria de Saúde de Pato Branco divulgou o primeiro caso de chikungunya confirmado no município, onde uma mulher de 35 anos, sem comorbidades, residente na área central de Pato Branco, foi a primeira paciente diagnosticada e confirmada por laudo do Laboratório Central do Estado (Lacen) como o primeiro caso autóctone (contaminação no próprio município) de Chikungunya diagnosticado no Paraná.

Ainda de acordo com a Vigilância em Saúde, a paciente, que buscou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em 23 de janeiro, teve como sintomas iniciais dores nas articulações, mal-estar e lesões na pele (coceira e vermelhidão), segue sendo acompanhada pela Equipe de Atenção Primária.

Plano de contingência

Com uma quantidade considerável de casos da doença sendo diagnosticados no Paraguai, o sentido é de alerta na região de fronteira do Brasil, e não distante em Pato Branco.

“Sabemos que o fluxo de pato-branquenses naquela região [de fronteira] é grande e recorrente, por isso é preciso atentar e reforçar os cuidados já conhecidos como uso de repelente. Ao apresentar qualquer sintoma, a orientação é que se busque o atendimento”, explicou o Diretor da Vigilância em Saúde, Rodrigo Bertol, ao Diário do Sudoeste, na ocasião.

Ele também afirmou que desde o primeiro resultado de exame, que foi confirmado na tarde do dia 31 de janeiro, uma série de medidas foram tomadas tanto na vizinhança da paciente, bem como seu local de trabalho, em Itapejara D´Oeste. Assim como a paciente, seus familiares foram monitorados para evitar a propagação da doença.

Conforme a equipe de Saúde de Pato Branco, todas as medidas adotadas levaram em conta o plano de contingência já elaborado, que integra busca ativa, e maiores cuidados em relação à sintomatologia durante os atendimentos nas unidades de saúde. Além da delimitação de foco (bloqueio), de controle e análise por meio dos agentes de que estão em alerta na eliminação de possíveis criadouros.

A estratégia busca enfatizar as medidas preventivas e preparo para atendimento à população no caso de aumento de diagnósticos.

Na oportunidade, a secretária de Saúde, Lilian Brandalise, buscou tranquilizar a população no que se refere a proliferação, ao afirmar que o setor de Saúde está monitorando e em alerta, contudo, mais uma vez a secretária chamou a população a cooperar para que novos casos não ocorram. “Pedimos para que a população faça a sua parte. Cuide, não deixe de cuidar de suas casas e terrenos, eliminando assim o criadouro. E qualquer coisa, entrar em contato com a Vigilância, ou mesmo na UPA.”

Chikungunya

A Chikungunya é uma virose e apresenta sintomas semelhantes à Dengue, diferindo em relação à evolução, podendo se tornar uma doença crônica em cerca de 50% dos pacientes. As dores articulares, que se apresentam de forma mais grave que nos casos de Dengue podem persistir, gerando sequelas e outras complicações posteriores.

Os principais sintomas são: febre alta de início súbito, dores articulares, podendo apresentar cefaleia, prurido e lesões pelo corpo por cerca de sete dias.

O médico coordenador da Estratégia Saúde da Família (ESF), Rodolfo Engelberd afirma que o período da encubação (picada do inseto até o início dos sintomas) varia de um a 12 dias.

Segundo ele, muitos pacientes deixam de apresentar os principais sintomas já no sétimo dia, contudo, existem casos de persistência por mais tempo das dores articulares.

O médico alerta ainda que os grupos de maiores riscos são crianças abaixo de dois anos; idosos, principalmente com outras doenças; gestantes e pessoas com comorbidades.

No caso das gestantes, Engelberd explica que diferentemente da Zika vírus, que existe a transmissão vertical (de mãe para o feto), essa transmissão não se aplica na Chikungunya, porém, é necessária atenção especial com as gestantes.

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