Cadastrados no programa Família Acolhedora passaram por capacitação

Lançado no dia 5 de abril de 2022 em Pato Branco, o programa Família Acolhedora agora conta com 3 famílias aptas para realizar o acolhimento de crianças ou adolescentes que foram afastadas pelo poder público de sua família, como medida de proteção por sofrer algum risco à vida ou situação de vulnerabilidade. Há ainda uma família aguardando aprovação da documentação.

Diferente da adoção, um método definitivo e irrevogável em que o menor se torna filho daquela família, o acolhimento é uma medida de proteção de forma temporária onde a família que participa do programa recebe uma criança ou adolescente afastada de sua família de origem.

De acordo com Renato Gardasz, coordenador da Proteção Social Especial da Secretaria de Assistência Social de Pato Branco, o município ainda está na fase inicial do programa e, por ser um serviço de alta complexidade, precisa ser abordado com delicadeza. O coordenador destaca também que as três famílias oficialmente cadastradas passaram por uma capacitação de 16 horas, estão com a análise da equipe técnica positiva e toda a documentação necessária foi apresentada.

Até o momento nenhum acolhimento foi realizado no município pois, segundo Renato, não houve situações que demandasse do serviço. “A gente não teve crianças ou adolescentes acolhidos recentemente e ainda não teve esse encontro, essa demanda do judiciário para acolhimento familiar”.

Com a capacitação inicial concluída, o programa deve avançar para organizar o planejamento de uma capacitação continuada para as famílias aptas.

“Algumas delas têm determinados perfis para crianças, outras para adolescentes. E a gente sabe que o acolhimento não demanda do perfil da família, mas sim do acolhido que vai chegar”, comenta.

Dificuldade

Por ser um serviço novo e diferenciado, o coordenador aponta que a população ainda não está aceitando o programa, afirmando que há dificuldades em encontrar famílias interessadas em participar. A mesma dificuldade foi citada por Renato como fator presente também em outros municípios.

“Nós visitamos outros municípios, participamos de encontros regionais com equipe de famílias acolhedoras de outros municípios e estados, escutamos palestras através de eventos com pessoas técnicas de São Paulo, e eles nos passaram que há dificuldade não importa o tamanho do município, a demanda, é angariar famílias, isso sempre foi uma dificuldade e é um dos gargalos do serviço de acolhimento familiar”, declara.

Segundo Renato, a divulgação por parte das próprias famílias acolhedoras, após iniciar a etapa de acolhimento, auxiliarão na aceitação da população, ou seja, “aqueles que forem os primeiros a receber acolhimentos em suas casas possam fazer a divulgação boca a boca para que eles possam passar para outras famílias o quanto é benéfico para eles e para as crianças e adolescentes que possam ser acolhidas”.

A dificuldade para encontrar famílias que aceitem receber crianças ou adolescentes em suas casas geralmente acontece quando as pessoas conhecem melhor o programa. O coordenador aponta que no início do cadastramento houve 10 famílias interessadas, porém, elas desistiram quando perceberam que não era o que imaginavam. Outras não foram aprovadas na etapa de comprovação dos documentos ou na análise técnica realizada pela psicóloga ou assistente social.

Acompanhamento

Quando um menor chega na família acolhedora, a equipe técnica do programa realiza o acompanhamento em três frentes. O primeiro acontece com a família de origem para que se esgotem todas as tratativas e tentativas para que a criança ou adolescente momentaneamente afastado do seio famílias possa retornar o mais breve possível. “O Estatuto da Criança e do Adolescente determina que essa é a prioridade, então tem que ser feito um trabalho técnico tanto por parte do judiciário quanto por parte da equipe de acolhimento familiar da família de origem”, explica o coordenador.

Outra frente de apoio é realizada com a criança ou adolescente que foi afastada da família e, não menos importante, a família acolhedora também recebe o atendimento, se tornando um serviço de alta complexidade já que cada caso precisa ser tratado com particularidade, com um tratamento determinado através da questão que envolveu esse acolhimento.

Capacitação

A preparação realizada com as famílias acolhedoras é realizada através de conversas com a equipe técnica onde são levados materiais impressos ou vídeos.

A capacitação é a principal forma de preparação dessas famílias, sendo realizadas de forma presencial e com carga horária de 16 horas. As famílias acolhedoras recebem ainda capacitação continuada mesmo que não estejam abrigando nenhum menor em sua residência.

Prioridade

O programa prevê também uma possível demora para que as famílias acolhedoras recebam alguma criança ou adolescente devido ao perfil do acolhido. “A gente pode ter uma família que prefira receber um adolescente porque é o perfil dela, porque é da dinâmica do cotidiano, mas a gente não tem adolescentes em situação de acolhimento”.

Renato destaca que a prioridade do momento é em relação a primeira infância, de 0 a 6 anos, “mas isso não engessa o serviço, o prioritário da primeira infância engloba todas as politicas que envolvem crianças, mas a gente tem algumas famílias com o perfil mais adequado com relação a adolescente, então vai demandar justamento do acolhido ter o perfil da família acolhedora que passou por todo esse processo de capacitação e análise técnica”.

Cadastro

Atualmente a equipe continua realizando cadastro das famílias interessadas, porém, não há turmas de capacitações planejadas para o momento, sendo que novas turmas devem ocorrer no início de 2023.

“A gente precisa também ter um tempo para trabalhar as famílias, mas nenhuma família será descartada, será feito o cadastro inicial, um pré-cadastro, as famílias ficarão selecionadas e posteriormente serão convidadas a participar da capacitação presencial, de atendimentos individualizados, mas o interesse sempre é bem-vindo, a gente nunca vai limitar para que as famílias procurem informações ou saber um pouco mais”, conclui Renato.

Os interessados em conhecer o programa Família Acolhedora podem entrar em contato nos telefones (46) 3220-6002 ou (46) 3225-5544. A sede do programa se encontra na rua Tamoio, 873, no Centro de Pato Branco.

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