Escolas promovem Dia D de combate a evasão escolar

Nesta sexta-feira (2) foi realizado em algumas escolas estaduais de Pato Branco o Dia D de combate a evasão escolar. Na data, as equipes pedagógicas intensificaram uma série de ações realizadas de forma contínua ao longo do ano para recuperar alunos considerados em situação de evasão.

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De acordo com Clediomar Miranda, coordenador pedagógico do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Pato Branco, a realização de um Dia D foi proposta pelo Governo do Estado para reforçar e incentivar estratégias relacionadas ao tema.

Em Pato Branco, o Dia D foi realizado nos Colégios Estaduais Cristo Rei, Professor Agostinho Pereira, Rui Barbosa, São João e Estadual de Pato Branco (CEPB, também conhecido como Premen). A ação já foi realizada também em outras escolas dos municípios de abrangência do Núcleo de Pato Branco, e também em outras cidades do Paraná.

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Segundo Miranda, as iniciativas locais de combate a evasão escolar contam com o apoio da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Pato Branco, Conselho Tutelar, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e demais equipamentos que compõe a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente do Município de Pato Branco.

Para contribuir com o trabalho das escolas, o Núcleo destinou um colaborador para auxiliar o trabalho nas escolas. Algumas equipes realizaram visitas presenciais as residências de alguns alunos. Outras convidaram os pais ou responsáveis para diálogos na escola, ou por telefone.

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Segundo Miranda, as 72 escolas nos 15 municípios da área de abrangência do NRE de Pato Branco contam com 25212 estudantes matriculados. Até o início de junho, 1090 alunos estavam em situação de abandono. Porém, com as ações de resgate realizadas ao longo do mês, 247 estudantes voltaram aos seus estudos. O dado não considerou ainda os alunos resgatados pelas ações realizadas nos primeiros dias de julho. Apesar disso, Miranda considera o número alto. “O ideal seria zerar esse número”, analisa o coordenador.

Dos cerca de 1 milhão e 16 mil alunos matriculados na rede estadual de educação em todo o Paraná, cerca de 26 mil estão em situação de evasão.

Causas

De modo geral, a principal causa da evasão escolar no Paraná é o trabalho. Segundo Miranda, muitas famílias e estudantes ainda não compreendem a importância da educação para o desenvolvimento pessoal, e acabam priorizando o trabalho, seja por questões de necessidade ou por desejo imediato de independência financeira. “Uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que cada ano de estudo até o final do Ensino Médio representa uma média de 15,07% de aumento no salário do brasileiro”, ilustra o coordenador.

A diretora do Colégio Estadual de Pato Branco (CEPB), Luiza Kupchak, complementa a análise do coordenador do NRE. Segundo ela, no CEPB, a evasão por conta do trabalho é mais comum no ensino médio noturno.

No CEPB, as ações do Dia D consistiram na convocação dos pais para comparecer à escola. Segundo a diretora, o público da escola é oriundo de diversas partes da cidade, e até mesmo de outros municípios, o que dificultaria as visitas presenciais. “Nós já realizamos ações ao longo do ano, mas nessa semana inteira as pedagogas fizeram reuniões online com os pais, e muitas vezes até junto com o aluno”, completou a diretora, sobre outras ações realizadas.

Luiza avaliou o Dia D como positivo, pois as equipes pedagógicas conseguiram dialogar com várias famílias, que se comprometeram com o retorno dos filhos aos estudos.

Pandemia

Na avaliação de Miranda, a pandemia de covid-19 também contribui para a evasão. Por conta da necessidade de distanciamento social, o Governo do Estado propôs a realização de aulas online síncronas, ou seja, ainda que a distância, o objetivo era que os alunos assistissem as aulas no mesmo período em que frequentariam de forma presencial.

“O que aconteceu é que muitos alunos, ao invés de participarem das aulas síncronas, em um dia da semana fazem atividades, no outro não, não assistem a aula online em determinado dia, ou se dedica a outras atividades, ou arrumou um trabalho e não está fazendo as atividades no horário proposto. E isso não está sendo visto como um problema tão grande quanto ele é. Porque na verdade isso não cria o hábito do estudo, que sempre se teve. Não se cria uma rotina, que é o ideal para a criança e o adolescente”, explica Miranda.

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