III Jornada Tecnológica de Agroecologia foi realizada no IDR-PR de Pato Branco

O Polo de Pesquisa e Inovação de Pato Branco, em parceria com a Coordenação Mesorregional do Sudoeste do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IAPAR) e a Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (UMIPTT) realizou, na quinta-feira (17), a “III Jornada Tecnológica de Agroecologia”, com o Dia de Campo: implantação de pomares e agrofloresta.

O evento foi realizado no IDR-PR, polo de Pato Branco, e trouxe os resultados do período entre 2018 a 2022, com dados de produção referente ao levantamento e análise de um processo geral da fruticultura para os agricultores da região.

De acordo com a coordenadora de polo de pesquisa do IDR-PR, Norma Kiyota, no Sudoeste do Paraná, a maioria dos agricultores são familiares e em torno de 70% tem menos de 20 hectares, fazendo com que os pesquisadores sempre busquem alternativas para cada situação.

“O último Censo aponta que apenas 0,8% do valor bruto de produção da região é da fruticultura, nós temos todo um campo para trabalhar isso e nós trazemos a diversificação e trazemos também as pesquisas que são implantadas aqui se alguém quiser fazer um pomar só de maça, pode, só de citrus, ele pode, mas também pensamos no processo de fazer um sistema diversificado, incluindo uma série de frutas pensando em alimentação escolar, feiras, cestas”, explica.

A fruticultura se tornou uma demanda importante para as pesquisas do IDR após os pesquisadores perceberem a dificuldade na produção de frutas na região e o custo mais elevado, em conjunto com a demora para a produção gerar lucros, que pode demorar até 3 anos de produção.

A coordenadora afirma que o Dia de Campo realizado foi uma oportunidade para mostrar aos participantes o que o instituto já alcançou até o momento “no sentido de custos que teria para implantar esse pomar e a receita possível nesses primeiros anos, tanto que no caso da agrofloresta, a gente trabalha também com produção nas entrelinhas que conseguem balancear esse período que tem que esperar até a fruticultura começar a produzir”.

A coordenadora afirmou, ainda, que 2022 foi um ano cercado de dificuldades para a fruticultura de clima temperado, pois o período de frio foi adiantado e as culturas floresceram antecipadamente. Os dias com excesso de chuva também causaram impactos negativos, dessa forma, “as frutas da região não estarão tão saborosas e tão bonitas como normalmente”.

Agrotóxicos

Pensando na alimentação saudável e sem agrotóxicos, Norma aponta que ainda existem diversos problemas de saúde causados pela alimentação incorreta. Por isso, é importante levar para a mesa da população a diversidade em frutas e verduras.

“Temos hoje muitas frutas diferenciadas, temos frutas nativas que podem ser a refeição de cada um, estamos trazendo essas possibilidades”, comenta a coordenadora, ao destacar que o supermercado, muitas vezes, tem sempre os mesmos produtos.

Ganhos

Valdemar Preilipper, produtor do município de Verê, destaca que há ganhos intermináveis ao aderir a produção de produtos orgânicos. “O ganho maior é para a alimentação, vai passar a comer um produto mais saudável, o ganho é também de toda a família em comer comida boa”, destaca.

Há 7 anos comercializando produtos sem agrotóxicos, Valdemar produziu tabaco por 18 anos e, a partir de 2015, aderiu ao plantio orgânico. Ele afirma que entre as principais dificuldades está o uso de agrotóxicos pelos vizinhos. “Os caras vem com um drone, passam por cima e tu não sabe o que eles estão passando e não tem como impedir, contaminam tudo”, explica.

Grande parte da produção de Valdemar é voltado para a alimentação escolar, com entregas todas as semanas. Entre os principais benefícios apontados pelo produtor, é que a família não precisa comprar muitos itens em supermercado. “80% do nosso consumo somos nós que produzimos, não tem como calcular o quanto gastaria. É uma mudança de vida”, conclui.

Diversidade

O pesquisador Luiz Antônio Odenath Penha, do IDR-PR, afirma que o trabalho realizado no local é amplo e envolve desde a parte de mudas de videira, de citrus, até pés de bananeira, gerando muitos resultados.

“Os resultados da primeira colheita de maças foram muito bons, vieram antes do previsto, mas como é um trabalho de pesquisa, precisamos de uma repetição de vários anos para garantir que aquele resultado seja bom e recomendar com segurança ao produtor”, explica.

O IDR vem adaptando diversas mudas para a região, para ampliar o leque e possibilidades dos agricultores, encaixando diferentes possibilidades também para os consumidores.

Temos um programa de pesquisa que a gente trabalha com lançamento de novas variedades e, dentro desse programa, fazemos a validação em diferentes regiões para que possa estar adaptadas a diferentes condições”, finaliza Luiz.

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