Maioria de casos contra idosos é de abandono, violência física, psicológica e exploração financeira

Na segunda-feira (14), a secretária municipal de Assistência Social de Pato Branco, Barbara Padoan, participou da sessão ordinária da Câmara Municipal, juntamente com a chefe da Seção de Projetos Sociais, Patrícia Bellé, e a chefe da Divisão de Proteção Especial, Luciana Copatti.

Elas foram convidadas pelos vereadores Lindomar Brandão (DEM), Marcos Marini (Podemos), Romulo Faggion (PSL) e Thania Caminski (DEM) e falaram sobre o “Junho Violeta” e o “Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa”, celebrado em 15 de junho.

De acordo com o que foi exposto na Câmara, desde 2006 este mês, denominado de “Junho Violeta”, tem sido utilizado para buscar uma conscientização mundial, social e política, com o objetivo de enfrentar mais rigorosamente a violência contra a pessoa idosa, que é entendida com uma grave violação dos direitos humanos.

Segundo a chefe da Seção de Projetos Sociais, Patrícia Bellé, o Estatuto do Idoso estabelece que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar.

Conscientização

A secretária Bárbara citou alguns tipos de violência praticados contra os idosos, como violência física, sexual, psicológica, negligência (abandono), violência institucional, abuso financeiro, violência patrimonial e discriminação.

“Nessa campanha de conscientização o que nós mais gostaríamos de dizer é que o respeito pelo idoso deve vigorar, porque nós todos gostaríamos de chegar um dia na idade que eles têm hoje, e é importante mencionar que a cada dia a expectativa de vida aumenta”, ressaltou a secretária.

Números

Patrícia destacou que há cada dez minutos um idoso sofre algum tipo de violência, no Brasil, e que por dia, 41 idosos morrem vítimas dessa violência. “Mais do que falar, precisamos conscientizar. O respeito e o reconhecimento precisam sempre prevalecer”, afirmou.

A chefe da Divisão de Proteção Especial, Luciana Copatti, explicou que no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) são atendidos todos os tipos de violência.

Em 2019, segundo Luciana, foram registrados 61 casos de violência contra a pessoa idosa em Pato Branco. Em 2020 foram mais 39 casos. “Em 2021 esse número baixou muito, e é essa nossa grande preocupação, foram registrados seis novos casos”, revelou.

Luciana contou que atualmente o CREAS atende 67 idosos que estão em acompanhamento. “Porém o interessante é que só foram registrados seis novos casos e já estamos na metade do ano. Sabemos que podem haver mais casos, principalmente de pessoas acamadas, mas não foram registrados, talvez por conta da pandemia”, destacou.

Segundo Luciana, entre os casos atendidos em Pato Branco mais de 50% são de negligência e abandono, seguidos por violência psicológica, física e exploração financeira. “Cerca de 50% possuem questões psiquiátricas, uso de álcool e drogas, por parte dos idosos e dos filhos. Ainda não temos um fluxo de atendimento para atender a pessoa idosa que sofre violência, ainda estamos organizando com a Secretaria Municipal de Saúde, que é nossa parceira”, ressaltou.

Denúncias

Luciana frisou que há várias formas de denunciar. “Quem souber ou desconfiar que algum idoso está sofrendo algum tipo de violência pode ligar no disque 100 ou no 181, ou ainda procurar o Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), CREAS e Secretaria Municipal de Assistência Social. Há uma equipe especializada para atender as denúncias, formada por psicóloga, advogada e assistente social, especialmente para atender as pessoas idosas que sofrem violência”, enfatizou.

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