Projeto da UTFPR introduz farinha de Ora-Pro-Nóbis na alimentação escolar em Pato Branco

Uma nova iniciativa onde a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) campus Pato Branco, o Setor de Alimentação Escolar da Prefeitura local e a Empresa Proteios Nutrição Funcional se uniram em um projeto inovador. A proposta. Introduzir alimentos à base de farinha de ora-pro-nóbis na alimentação escolar da rede pública de ensino.

O projeto, parte do mestrado da discente Cássia Regina Eidelwein, envolve também alunos do curso de Química e do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos da UTFPR. A Empresa Proteios, pioneira na desidratação das folhas de ora-pro-nóbis e parceira em várias pesquisas com a UTFPR, trabalha exclusivamente com produtores da agricultura familiar.

Objetivos e Impacto

Entre os principais objetivos, o projeto busca identificar o impacto da neofobia alimentar em crianças entre 4 e 12 anos, promover oficinas de educação alimentar e avaliar a aceitação de um pão adicionado de farinha de ora-pro-nóbis.

A alimentação escolar no Brasil desempenha um papel crucial no desenvolvimento infantil, combatendo a fome e a desnutrição, além de ser uma estratégia importante para a introdução de novos alimentos e educação alimentar. Esse projeto visa contribuir para a formação de hábitos alimentares saudáveis desde a infância.

Resultados Iniciais

Os primeiros resultados são promissores. O índice de aceitação do novo alimento nas duas escolas testadas foi positivo, com uma aceitação maior na escola que recebeu o curso de educação alimentar para as meninas. Notavelmente, um grande número de crianças expressou interesse em provar o novo alimento.

O Futuro do Projeto

A próxima etapa inclui a expansão dos cursos para outras escolas e a oferta do pão enriquecido com a farinha de ora-pro-nóbis. A colaboração entre a universidade, o setor público municipal e a empresa está abrindo caminhos para uma alimentação mais nutritiva e sustentável para as crianças da cidade de Pato Branco.

Em entrevista concedida ao Diário do Sudoeste a Professora Marina Daltoé e a acadêmica Marcela dos Santos, explicam como transcorreu o projeto acima descrito e também sobre os benefícios da farinha de ora-pro-nobis.

A professora Marina Daltoé ressalta a qualidade e quantidade proteína e aminoácidos contida nas folhas da ora-pro-nobis.” A oara-pro-nobis, é classificada dentro do que chamamos de planta alimentícia não convencional, porque ainda não está no hábito cotidiano das pessoas. Ela já tendo muito estudo e se destaca principalmente pelo teor proteico dela e não só pela quantidade de proteína, porque realmente tem uma quantidade de proteína elevada, até mais do que a própria carne, mas também pela quantidade e pelo perfil de aminoácidos que tem. Então, ela apresenta todos os aminoácidos essenciais que o ser humano precisa, destaca.

O projeto não se limita apenas a apresentar um novo alimento. Ele vai além, explorando a questão da neofobia alimentar, o medo do novo, especialmente quando se trata de alimentos verdes e desconhecidos.

A equipe do projeto elaborou um curso educacional, usando slides e dinâmicas que envolveram as crianças na importância dos alimentos saudáveis, como arroz, feijão, carne e vegetais, e os cuidados com o consumo de doces e refrigerantes.

A farinha verde da ora-pro-nóbis, rica em aminoácidos e com benefícios nutricionais, foi introduzida com a ajuda de imagens de animais verdes, personagens e desenhos. A curiosidade das crianças foi aguçada, levando a uma maior aceitação do pão verde.

O índice de aceitação mostrou-se positivo nas escolas onde o curso foi aplicado, com um número significativamente maior de crianças desejando experimentar o pão. Em contrapartida, na escola que não recebeu o curso, houve certo receio por parte das crianças.

O pão foi servido com carne, conforme o hábito da escola, e o sabor mais intenso da planta foi equilibrado pelo tempero. O objetivo não é mascarar o sabor, mas criar consciência e aceitação.

Os resultados obtidos foram encorajadores e o projeto continua com a prefeitura oferecendo o curso e o alimento em outras escolas. A ideia é inserir um hábito alimentar saudável desde a infância, para que no futuro essa população tenha consciência e adote o consumo dessa planta nutritiva.

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