Vigilância de Saúde de Pato Branco está em alerta para monkeypox

Marcilei Rossi com assessoria

A Saúde de Pato Branco está em alerta, uma vez que nas últimas horas dois casos suspeitos de infecção por varíola do macaco, também conhecida como monkeypox, passaram a ser investigados.

Os dois pacientes, que passaram pelo atendimento, realizaram a coleta para exames e estão sendo acompanhados pela equipe da Saúde. Estão em isolamento e em monitoramento.

Ambos retornaram de viagem recentemente, um esteve em São Paulo e outro em Toronto, no Canadá. Eles apresentaram feridas na pele e procuraram atendimento médico.

Segundo a comunicação do Município, os exames coletados foram encaminhados para o laboratório Central, que será enviado para São Paulo, onde será analisado. O resultado deve sair entre cinco a dez dias.

Até o momento não há casos confirmados da doença no município.

Mais detalhes sobre os casos, devem ser repassados na manhã desta quinta-feira (4), em coletiva de imprensa agendada pela Vigilância em Saúde do Município.

Alerta

Os casos suspeitos levaram a Secretaria Municipal de Saúde a realizar na tarde da quarta-feira (3), uma reunião às pressas, com diversos setores da pasta. Também estiveram reunidos representantes técnicos dos hospitais e equipe da 7ª Regional de Saúde, para discutir os protocolos e fluxograma para atendimento diante da possibilidade de ocorrência da introdução da doença no município, além de ações de enfrentamento.

“Mesmo sendo casos de suspeitas da doença, torna-se necessária medidas preventivas, que por ser uma doença transmitida por vírus, cedo ou tarde o município vai se deparar com essa enfermidade”, ressaltou Rodrigo Bertol, diretor da Vigilância de Saúde.

No encontro foi debatido protocolos estabelecidos pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio da Nota Orientativa número 01/2022, de 8 de julho de 2022 que estabelece fluxo assistencial para os casos suspeitos/ confirmados de monkeypox. “Como doenças de cunho viral são extremamente dinâmicas, é necessária uma equipe técnica de estudo para contínuas ações e intervenções”, complementou Rodrigo.

 Caso a pessoa apresente sintomas como febre, dor de cabeça intensa, inchaço dos gânglios linfáticos (as ínguas), dor nas costas, dores musculares e falta de energia e apresente erupção cutânea, dentro de até três dias do início dos sintomas, entre em contato com o serviço de saúde.

“O sintoma mais característico da doença são as feridas, que aparecem dentro de até três dias do início da febre. As feridas tendem a ser mais concentradas na face e extremidades do que no tronco. Afetam principalmente o rosto, as palmas das mãos e plantas dos pés, as mucosas orais, o ânus e as regiões genitais” explica Tatiany Zierhut, responsável pelo Setor de Epidemiologia.

A doença é geralmente leve e a maioria das pessoas se recuperam dentro de duas a quatro semanas. 

A forma de transmissão é através de contato com lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos contaminados. Já via gotículas, a contaminação requer um contato mais próximo e prolongado com o paciente infectado.

O ciclo de transmissão do vírus encerra somente após a cicatrização completa das lesões

Caso descartado

Os dois casos que estão em investigação, em nada possuem ligação com o caso descartado no início da semana, que o Diário do Sudoeste divulgou.

Na investigação do início da semana, o paciente apresentou algumas manchas na região do pescoço, porém, não teve sintomas compatíveis com a monkeypox.

Seu exame não foi coletado, uma vez que o descarte da investigação ocorreu no momento que equipes de Pato Branco e da Sesa analisaram conjuntamente o caso.

Entenda

O que é a varíola dos macacos?

É uma doença viral, que foi diagnosticada e identificada pela primeira vez no século passado, na década de 1960, que não tem nada a ver com macacos. Na verdade, ela foi identificada primeira nos macacos e, por isso, ficou conhecida no mundo científico como “varíola dos macacos”. Essa doença tem caráter endêmico em alguns países da África Central e da África Ocidental. Ao longo da história da saúde pública mundial, nós tivemos alguns surtos em alguns países, como, por exemplo, nos Estados Unidos, mas surtos curtos, com poucos casos.

Quais são os principais sintomas?

A doença começa, quase sempre, com uma febre súbita, forte e intensa. O paciente também tem dor de cabeça, náusea, exaustão, cansaço e fundamentalmente o aparecimento de gânglios (inchaços conhecidos como ínguas), que podem acontecer tanto na região do pescoço, na região axilar, como na região perigenital.

Como ocorre a transmissão?

A principal forma de transmissão da varíola dos macacos é por meio do contato. Esse contato acontece por pele/pele, secreções ou por objetos pessoais do paciente infectado que você tenha contato. Por isso, é extremamente importante pensarmos que, uma vez que o paciente está infectado, com o diagnóstico laboratorial concluído, esse paciente fique em isolamento e que todo seu material de roupa de cama, roupas, lençóis e objetos pessoais passem por um processo de higienização, de fervura, de lavagem com água e sabão para, dessa forma, impedir a transmissão.

Como as pessoas podem se proteger?

A principal forma de proteção é evitar contato direto com pessoas contaminadas. Lembrando que a principal forma de transmissão ocorre através do contato pele/pele, pessoal, ou obviamente através do contato com objetos pessoais de um paciente que está infectado com a varíola dos macacos.

Fonte: Ministério da Saúde

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