Parece óbvio dizer, mas fazer reuniões consecutivas ao longo do dia, sem pausas entre uma e outra, provoca um acúmulo de estresse no cérebro, que aos poucos piora a saúde mental. Isso é o que muitos de nós têm sentido desde que o home office se tornou essencial devido à pandemia e que os encontros online viraram regra. Essa percepção de esgotamento progressivo, que pode levar à síndrome de burnout, é embasado agora por um estudo que analisou a atividade cerebral durante essas reuniões. A partir dos resultados, foi constatado também aquilo de que já sentíamos necessidade: é preciso fazer pausas.
Pesquisadores do Laboratório de Fatores Humanos da Microsoft monitoraram a atividade das ondas cerebrais de 14 pessoas que participaram de videoconferências enquanto usavam equipamentos de eletroencefalograma. A avaliação foi realizada entre 8 e 18 de março deste ano. Primeiro, os participantes assistiram, em um dia, a quatro reuniões seguidas, de 30 minutos cada. Depois, em outro dia, esse encontros foram intercalados com intervalos de dez minutos.
Durante as pausas, todos fizeram uma prática de meditação por meio de um aplicativo. E para simular ainda mais um dia típico de trabalho, outras pessoas se reuniram com os participantes em interações sociais. Os três principais resultados da análise foram:
– Intervalos permitem que o cérebro “reinicie” e reduzem o acúmulo de estresse;
– Reuniões em sequência podem diminuir a capacidade de se concentrar e se engajar com o trabalho;
– A transição entre reuniões pode ser uma fonte de alto estresse.
Um infográfico mostra como a atividade cerebral evolui ao longo das reuniões, com e sem pausas. As imagens sugerem que as pessoas que fizeram intervalos mantiveram o nível de estresse mais baixo, diferente daquelas que passaram duas horas seguidas assistindo aos encontros virtuais. Isso ocorre porque a atividade média das ondas cerebrais beta – associadas ao estresse – aumentou ao longo do tempo.
Segundo o estudo, descansar entre uma reunião e outra com prática de mindfulness promove uma espécie de “reinicialização” do cérebro. Assim, o aumento da atividade beta no início da atividade seguinte foi muito mais suave e harmonioso, com a pessoa mais relaxada. Do contrário, além do cérebro experimentar alto nível de estresse o tempo todo, fica mais difícil manter-se focado e engajado.
Os pesquisadores observaram que havia picos de estresse no começo e no final de cada reunião consecutiva e a explicação é simples: pensar que um encontro está acabando e logo vem outro, tendo de “mudar a chave” de raciocínio para pensar em outro tema. Em resumo, as pausas, mesmo que curtas, são importantes para manter o bem-estar e melhorar a capacidade de fazer um trabalho melhor.
Em março, a Microsoft lançou o Índice de Tendências de Trabalho, um relatório baseado em pesquisas com 31 mil pessoas em 31 países e análises de trilhões de informações sobre produtividade e trabalho. Ficou evidente que, entre as demandas para o futuro, o cuidado com a saúde mental é primordial. No documento, 37% dos entrevistados acham que a empresa está exigindo muito deles neste momento, 54% dos funcionários sentem-se sobrecarregados e 39% se descreveram completamente exaustos.
Alguns dados do relatório que explicam esse cenário estão justamente relacionados às reuniões online, que cresceram 148% em um ano. Também cresceu duas vezes e meia o tempo gasto em encontros online por semana. Esses números têm aumentado desde março do ano passado e ainda não se estabilizaram.
Recurso ajuda a criar pausas entre reuniões
A partir desta terça-feira, 20, a Microsoft disponibiliza no serviço de e-mail Outlook um recurso para promover pausas curtas automáticas entre uma reunião e outra no Microsoft Teams, plataforma de comunicação virtual. As organizações poderão definir um padrão de agendamento em toda a empresa, adaptando a experiência de acordo com a realidade dela.
Com a novidade, será possível escolher intervalos de 5, 10 e 15 minutos e se eles ocorrem no início ou no final das reuniões. Assim, conforme os usuários agendem encontros virtuais, o encontro será encurtado automaticamente. Por exemplo: se a pessoa ou empresa decidir começar as reuniões com cinco minutos de pausa, as videochamadas de 30 minutos terão 25 minutos e as conversas de uma hora serão encurtadas para 55 minutos. A configuração pode ser alterada a qualquer momento para uma reunião específica ou para todas.
Michael Bohan, diretor sênior do grupo de Engenharia de Fatores Humanos da Microsoft, que supervisionou o projeto, orienta que, ao usar a nova configuração no Outlook, as pessoas considerem se afastar do computador. “Tente não usar esses cinco ou dez minutos para fazer algum outro tipo de trabalho”, diz. “Recupere o fôlego e faça uma pausa longe da tela.”
Novas experiências para o bem-estar
No começo de fevereiro, a Microsoft lançou uma plataforma que integra trabalho e desenvolvimento de carreira. O foco é em quatro áreas-chave: engajamento, bem-estar, aprendizado e troca de conhecimento. A partir da próxima semana, o aplicativo Viva Insights no Teams vai oferecer novas experiências de bem-estar pessoal, como o recurso reflection, que vai ajudar os usuários a se tornarem mais conscientes de como estão se sentindo e identificar padrões ao longo do tempo.
Segundo Jared Spataro, vice-presidente corporativo da Microsoft 365, esses recursos ajudam a “desenvolver novas normas culturais e melhorar o bem-estar de todos”. Para Kathleen Hogan, chefe de RH da Microsoft, não basta apenas incentivar o autocuidado; é preciso ajudar os funcionários a implementar os intervalos nas rotinas diárias – e a tecnologia está à disposição para isso.
Pesquisadores do Laboratório de Fatores Humanos da Microsoft monitoraram a atividade das ondas cerebrais de 14 pessoas que participaram de videoconferências enquanto usavam equipamentos de eletroencefalograma. A avaliação foi realizada entre 8 e 18 de março deste ano. Primeiro, os participantes assistiram, em um dia, a quatro reuniões seguidas, de 30 minutos cada. Depois, em outro dia, esse encontros foram intercalados com intervalos de dez minutos.
Durante as pausas, todos fizeram uma prática de meditação por meio de um aplicativo. E para simular ainda mais um dia típico de trabalho, outras pessoas se reuniram com os participantes em interações sociais. Os três principais resultados da análise foram:
– Intervalos permitem que o cérebro “reinicie” e reduzem o acúmulo de estresse;
– Reuniões em sequência podem diminuir a capacidade de se concentrar e se engajar com o trabalho;
– A transição entre reuniões pode ser uma fonte de alto estresse.
Um infográfico mostra como a atividade cerebral evolui ao longo das reuniões, com e sem pausas. As imagens sugerem que as pessoas que fizeram intervalos mantiveram o nível de estresse mais baixo, diferente daquelas que passaram duas horas seguidas assistindo aos encontros virtuais. Isso ocorre porque a atividade média das ondas cerebrais beta – associadas ao estresse – aumentou ao longo do tempo.
Segundo o estudo, descansar entre uma reunião e outra com prática de mindfulness promove uma espécie de “reinicialização” do cérebro. Assim, o aumento da atividade beta no início da atividade seguinte foi muito mais suave e harmonioso, com a pessoa mais relaxada. Do contrário, além do cérebro experimentar alto nível de estresse o tempo todo, fica mais difícil manter-se focado e engajado.
Os pesquisadores observaram que havia picos de estresse no começo e no final de cada reunião consecutiva e a explicação é simples: pensar que um encontro está acabando e logo vem outro, tendo de “mudar a chave” de raciocínio para pensar em outro tema. Em resumo, as pausas, mesmo que curtas, são importantes para manter o bem-estar e melhorar a capacidade de fazer um trabalho melhor.
Em março, a Microsoft lançou o Índice de Tendências de Trabalho, um relatório baseado em pesquisas com 31 mil pessoas em 31 países e análises de trilhões de informações sobre produtividade e trabalho. Ficou evidente que, entre as demandas para o futuro, o cuidado com a saúde mental é primordial. No documento, 37% dos entrevistados acham que a empresa está exigindo muito deles neste momento, 54% dos funcionários sentem-se sobrecarregados e 39% se descreveram completamente exaustos.
Alguns dados do relatório que explicam esse cenário estão justamente relacionados às reuniões online, que cresceram 148% em um ano. Também cresceu duas vezes e meia o tempo gasto em encontros online por semana. Esses números têm aumentado desde março do ano passado e ainda não se estabilizaram.
Recurso ajuda a criar pausas entre reuniões
A partir desta terça-feira, 20, a Microsoft disponibiliza no serviço de e-mail Outlook um recurso para promover pausas curtas automáticas entre uma reunião e outra no Microsoft Teams, plataforma de comunicação virtual. As organizações poderão definir um padrão de agendamento em toda a empresa, adaptando a experiência de acordo com a realidade dela.
Com a novidade, será possível escolher intervalos de 5, 10 e 15 minutos e se eles ocorrem no início ou no final das reuniões. Assim, conforme os usuários agendem encontros virtuais, o encontro será encurtado automaticamente. Por exemplo: se a pessoa ou empresa decidir começar as reuniões com cinco minutos de pausa, as videochamadas de 30 minutos terão 25 minutos e as conversas de uma hora serão encurtadas para 55 minutos. A configuração pode ser alterada a qualquer momento para uma reunião específica ou para todas.
Michael Bohan, diretor sênior do grupo de Engenharia de Fatores Humanos da Microsoft, que supervisionou o projeto, orienta que, ao usar a nova configuração no Outlook, as pessoas considerem se afastar do computador. “Tente não usar esses cinco ou dez minutos para fazer algum outro tipo de trabalho”, diz. “Recupere o fôlego e faça uma pausa longe da tela.”
Novas experiências para o bem-estar
No começo de fevereiro, a Microsoft lançou uma plataforma que integra trabalho e desenvolvimento de carreira. O foco é em quatro áreas-chave: engajamento, bem-estar, aprendizado e troca de conhecimento. A partir da próxima semana, o aplicativo Viva Insights no Teams vai oferecer novas experiências de bem-estar pessoal, como o recurso reflection, que vai ajudar os usuários a se tornarem mais conscientes de como estão se sentindo e identificar padrões ao longo do tempo.
Segundo Jared Spataro, vice-presidente corporativo da Microsoft 365, esses recursos ajudam a “desenvolver novas normas culturais e melhorar o bem-estar de todos”. Para Kathleen Hogan, chefe de RH da Microsoft, não basta apenas incentivar o autocuidado; é preciso ajudar os funcionários a implementar os intervalos nas rotinas diárias – e a tecnologia está à disposição para isso.
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