PCPR deflagra operação “Caça Fantasmas” em Clevelândia

A Polícia Civil do Paraná deflagrou, na manhã desta terça-feira, 8 de abril, a operação “Caça Fantasmas”, com o objetivo de investigar a existência de funcionários fantasmas na Prefeitura de Clevelândia, no sudoeste do estado. A ação, iniciada a partir de denúncias feitas pela própria administração municipal, resultou em oito prisões preventivas e no cumprimento de onze mandados de busca e apreensão em quatro cidades do Paraná.

Segundo a delegada Aline Simadon, responsável pela investigação junto ao delegado Kelvin, a operação teve origem após a Prefeitura encaminhar ao Departamento da Polícia Civil indícios de irregularidades. “A apuração começou em março, com a solicitação de medidas cautelares e, agora, tivemos deferimento do Judiciário para bloqueio de bens, veículos, imóveis e a quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados”, explicou a delegada.

Funcionários fantasmas e prejuízo aos cofres públicos

De acordo com a Polícia Civil, as investigações apontam que um servidor concursado da Prefeitura, com atribuições ligadas ao setor de Recursos Humanos, era o responsável por cooptar os demais envolvidos. O servidor, que exercia informalmente funções de chefia, teria recrutado pelo menos oito pessoas para cargos fictícios, os quais nunca foram de fato exercidos.

“Esses funcionários foram registrados como agentes de saúde, sendo posteriormente remanejados para cargos de motoristas. Essa movimentação permitia o acréscimo de verbas como horas extras e insalubridade, elevando os salários, que variavam entre R$ 3 mil e R$ 5 mil por mês”, relatou Simadon.

Além dos vencimentos, os investigados contrataram empréstimos consignados, elevando o prejuízo estimado aos cofres públicos para mais de R$ 800 mil. Parte do valor dos salários era, segundo apurado até o momento, repassada ao servidor mentor do esquema, caracterizando indícios de prática de rachadinha.

Operação ocorreu em quatro municípios

A operação foi realizada nas cidades de Clevelândia, Pato Branco, Chopinzinho e Campina da Lagoa, com maior número de alvos em Chopinzinho. Um dos investigados segue foragido. Em Pato Branco, um casal foi preso, mas a relação entre eles e o mentor do esquema ainda está sendo apurada.

Video fornecido pela Polícia Civil do Paraná.

Conforme informou a delegada, a investigação segue em sigilo, mas já houve bloqueio de valores em contas bancárias, imóveis e veículos. “Embora não tenhamos apreendido fisicamente os bens, todos foram bloqueados judicialmente. Observamos que o padrão de vida do principal investigado não condizia com sua remuneração”, afirmou.

Administração municipal colaborou com a investigação

A Polícia Civil reforçou que não há indícios de envolvimento da prefeita ou de agentes políticos no esquema. “A Prefeitura de Clevelândia prestou total apoio desde o início, fornecendo documentos e informações que deram base para o avanço da investigação”, pontuou Simadon.

Ainda segundo a delegada, a fraude teria começado em outubro de 2023. Os investigados recebiam os salários em suas contas bancárias e devolviam parte ao servidor mentor, configurando possível esquema de desvio de recursos públicos. Algumas das pessoas presas permaneceram em silêncio durante os interrogatórios.

A operação mobilizou mais de 50 policiais civis, com participação direta de delegados em cada local de cumprimento de mandados. O próximo passo da investigação inclui análise de dados bancários e fiscais para comprovar os fluxos financeiros e identificar outros possíveis envolvidos.

Confira a Nota Oficial enviada pela Administração Municipal:

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