PCPR lidera operação nacional contra exploração sexual infantil

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) cumpre, nesta sexta-feira (10), 44 mandados de busca e apreensão em 18 estados e no Distrito Federal durante a Operação Pharos 2, ação nacional coordenada em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O trabalho conjunto envolve as Polícias Civis de 17 estados, com apoio técnico da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJSP) e cooperação internacional da Homeland Security Investigations (HSI), dos Estados Unidos.

Início da investigação no Paraná

A operação teve início a partir de uma investigação conduzida pela Delegacia da PCPR em Palmas, após a apreensão de um dispositivo eletrônico contendo diversas imagens e vídeos de abuso sexual infantil que estavam sendo comercializados por meio de aplicativos de mensagens.

Com o apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Senasp, a análise técnica do material permitiu identificar usuários em diferentes regiões do país, o que levou à ampliação do caso e à deflagração da operação em âmbito nacional.

O delegado Kelvin Bressan, responsável pela investigação, destacou que o caso demonstra a importância do trabalho técnico e da integração entre instituições.

“A partir de um único dispositivo periciado pela Polícia Científica, conseguimos rastrear uma rede de usuários que trocavam material ilegal em várias regiões. O trabalho integrado com o Ciberlab foi essencial para transformar uma investigação local em uma operação nacional de grande alcance”, afirmou Bressan.

Cooperação técnica e internacional

Segundo o diretor da Diopi/Senasp/MJSP, Rodney Silva, a Operação Pharos reforça a capacidade de articulação das forças policiais brasileiras no enfrentamento de crimes contra crianças no ambiente digital.

“A atuação coordenada das Polícias Civis estaduais, com apoio do Ciberlab e da HSI, demonstra a força do Brasil na cooperação técnica e internacional para combater a exploração sexual infantil na internet”, destacou Silva.

As diligências têm como objetivo interromper atividades criminosas, apreender dispositivos eletrônicos com provas digitais e subsidiar novas investigações, ampliando a rede de proteção à infância e adolescência no país.

Significado do nome “Pharos”

O nome da operação faz referência ao Farol de Alexandria, localizado na ilha de Pharos, no Egito — uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. O símbolo representa luz na escuridão e proteção, remetendo à missão da operação de iluminar caminhos para identificar e responsabilizar autores de crimes sexuais contra crianças e adolescentes, especialmente no ambiente digital.

Base legal e punições

Os crimes investigados estão previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):

  • Artigo 241: pune quem fotografa, filma ou registra cenas de sexo explícito envolvendo menores.
  • Artigo 241-A: penaliza quem oferece, compartilha ou distribui esse tipo de material pela internet.
  • Artigo 241-B: prevê sanções para quem adquire, possui ou armazena imagens dessa natureza.

As penas variam de um a seis anos de reclusão, podendo ser agravadas conforme a gravidade e o envolvimento dos autores.