PCPR prende padre em Cascavel por abusos e fraudes

A Polícia Civil do Paraná, por meio do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) de Cascavel, deflagrou na manhã deste domingo (24) a operação “Lobo em Pele de Cordeiro”. Foram cumpridos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão contra um padre de 41 anos da Igreja Católica.

As ordens judiciais foram executadas na residência do religioso e na clínica onde ele atuava. O investigado foi preso e permanece à disposição do Poder Judiciário.

Inquérito instaurado em julho de 2025

O inquérito policial foi instaurado em 16 de julho de 2025, com base no Relatório Técnico nº 122417/2025, elaborado pela Agência Regional de Inteligência do 5º Comando Regional da Polícia Militar. O documento trouxe informações preliminares sobre possíveis ocorrências de abuso sexual contra menores.

As investigações indicam que o padre teria adotado um padrão de comportamento predatório desde 2010, quando ainda era seminarista. As vítimas seriam jovens envolvidos em atividades religiosas e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, possivelmente atraídos por ofertas de dinheiro, viagens, presentes e convites para pernoitar em sua residência.

Afastamento pela Diocese de Cascavel

O investigado exerceu funções eclesiásticas até o fim de 2024, sendo afastado oficialmente pela Diocese de Cascavel em 14 de agosto de 2025, após as primeiras evidências do caso virem à tona. Durante o período investigado, ele atuava como pároco em uma igreja católica da região de Cascavel.

As apurações também apontaram possíveis irregularidades na gestão financeira da paróquia em que atuou até o final de 2024 e indícios de exercício ilegal da medicina, por meio de terapias complementares oferecidas em consultório particular.

Histórico de reincidência e novas vítimas

O histórico do padre inclui uma tentativa de abuso contra outro seminarista em 2010, em município da região, o que reforça o padrão de reincidência.

Até o momento, aproximadamente 11 pessoas foram ouvidas no inquérito, sendo identificadas três vítimas: uma menor de idade à época dos fatos e duas maiores de idade.

Prisão temporária decretada por risco de intimidação

A prisão temporária foi decretada pelo Poder Judiciário devido às evidências de que o investigado tentava contato de forma insistente com possíveis vítimas e testemunhas, o que poderia comprometer as investigações e representar risco de intimidação.

A Polícia Civil reforça que eventuais outras vítimas ou testemunhas devem procurar o Nucria de Cascavel para prestar depoimento. Os canais de contato disponíveis são: (45) 3326-4909, Disque 100 e Disque 181.

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