Pepê foi o 11º atleta a competir na semifinal e não fez uma boa descida. Ele arriscou e acabou levando três penalidades. Inicialmente, havia tomado duas punições na prova, mas depois, após revisão no vídeo, foi computada mais uma falta ao canoísta brasileiro. Seu tempo de 104s33 foi superior somente ao do russo Pavel Eigel, o último entre os 20 semifinalistas.
Sem as penalidades o brasileiro se classificaria à final na nona colocação, pois marcaria o tempo de 98s33. O último a garantir vaga na decisão, o sueco Erik Holmer, passou com a marca de 98s45. O melhor resultado foi conquistado pelo checo Jiri Prskavec, que avançou com 94s29.
Também se classificaram o francês Boris Neveu, o americano Michal Smolen, o esloveno Jakub Grigar, o britânico Bradley Forbes-Cryans, o australiano Lucien Delfour, o alemão Hannes Aigner, o espanhol David Llorente e o austríaco Felix Oschmautz.
“Estava me sentindo muito bem, confiante, certo do que iria fazer. Meu treinador me deu muita confiança. Mas não foi o meu dia. Três toques é demais para uma semifinal”, resumiu o paulista da cidade de Ipaussu, que ficou em sexto lugar nessa mesma prova no Rio-2016, melhor posição de um brasileiro na canoagem slalom em uma Olimpíada. Ele demonstrou maturidade, serenidade e lucidez em seu depoimento depois do resultado ruim.
“Eu saio daqui hoje muito orgulhoso. Estou colocando a canoagem em uma lugar que ninguém nunca imaginou no Brasil. A gente está num esporte feito por europeu, para europeu. Sonhava com a medalha. Ainda sonho porque daqui a três anos ainda vou entrar com a mesma vontade”, disse Pepê, emocionado, ao final da prova.
Embora não tenha tido um bom desempenho em Tóquio, Pepê está confiante para Paris-2024, cujo ciclo olímpico será menor, porque a Olimpíada na França marcará a inclusão da categoria extremo da canoagem slalom, que é a sua especialidade.
“Extremo é uma modalidade em que eu acreditei quatro anos atrás. Me ajuda muito no slalom. Sou o número um do ranking, campeão mundial. A gente vai ter duas chances de medalha em Paris e pode ter certeza que a gente vai dar tudo em Paris”, salientou o brasileiro, mais um atleta a fazer um pequeno desabafo em razão das abnegações e dificuldades que encarou nesse último ciclo olímpico.
“Só a gente sabe o que a gente tem que passar. Em dez anos, nunca fiquei dez dias com a minha família. Pode ter certeza que eu deixei tudo na água e não vou desistir. Vou buscar essa medalha daqui a três anos”.
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