Perimetral Leste: projeto pode transformar trânsito em Pato Branco

A Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos (AREA-PB), a UTFPR-Pato Branco e a ACEPB reapresentaram o estudo preliminar da Perimetral Leste (Via Parque), resgatando a diretriz histórica do primeiro Plano Diretor, de 1989, que previa um contorno no setor leste — diretriz que nunca avançou para obra.

O projeto foi elaborado pelo arquiteto urbanista Adriano Scarabelot, com apoio do arquiteto Osmar Consoli (UTFPR) e do presidente da ACEPB, Ivan Orlandini. A nova proposta prioriza uma “costura urbana” para redistribuir fluxos fora do eixo central (Avenida Tupi e Rua Tocantins), interligando bairros da Zona Leste à PR-280 e à BR-158 sem atravessar o Centro.

Por que a Perimetral é necessária agora

O crescimento viário e a sobrecarga do eixo Tocantins levaram entidades a protocolar a contribuição nas audiências do Plano de Mobilidade Urbana da Câmara Municipal. A proposta permite que moradores de bairros como São Francisco, São Luís, Pinheiros, Vila Isabel, Cadorin, La Salle, Industrial e Novo Horizonte acessem as rodovias PR-280 (acesso a Mariópolis/Vitorino) e BR-158 por fora do miolo urbano, reduzindo engarrafamentos e tempos de percurso.

Conceito de “Via Parque” e padrão da obra

A Perimetral Leste é pensada como via parque que divide perímetro urbano e área rural, com pavimento asfáltico “rural” e ciclovia contínua, conectando seis eixos que partem da Avenida Tupi no lado leste até a PR-280 e à BR-158. O desenho prioriza aproveitar vias existentes, fazer asfalto sobre chão e sobre calçamento, realizar alargamentos pontuais e pequenas aberturas de traçado — reduzindo custo, prazos e necessidade de desapropriações.

Trechos, alternativas e conexões rodoviárias

O estudo lista segmentos já asfaltados e trechos curtos a executar, como asfalto sobre chão (1,5 km; 1,15 km; 2,53 km; 1,49 km; 0,90 km), asfalto sobre calçamento (0,5 km; 2,58 km; 2,8 km), alargamentos (1,0 km; 2,60 km) e aberturas alternativas (0,6 km; 0,7 km; 1,2 km; 1,25 km; 0,1 km).

Há duas conexões à PR-280 (uma mais curta e outra mais suave, viável a tráfego leve/médio) e conexão com a BR-158 (ou futura marginal). A alternativa sul sugere parceria com Mariópolis para completar cerca de 400 m de asfalto na divisa, viabilizando o elo intermunicipal.

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Faseamento prático: do que já existe ao que falta

  • Cadorin → Zona Sul/PR-280: rede viária majoritariamente pronta; foco em asfaltar sobre chão/calçamento e concluir ligações com Santo Antônio, Alvorada e Novo Horizonte.
  • Cadorin → Norte/Leste (shopping e entorno): exige abertura de ~1,1 km em área agrícola, retificações e aproveitamento de vias de loteamentos ao fundo do shopping, além de rotas provisórias por estradas rurais já trafegáveis até a BR-158/PR-280, enquanto o traçado definitivo é aprofundado.

Governança e próximos passos

AREA-PB, UTFPR-PB e ACEPB protocolaram o material técnico nas audiências da Câmara e defendem incluir a Perimetral na revisão do Plano de Mobilidade. A estratégia sugere negociações com proprietários (abrir via e implantar infraestrutura hoje para facilitar futuros loteamentos), minimizando desapropriações. As entidades ressaltam que, enquanto o Contorno Noroeste e o Contorno Oeste têm perfil rodoviário, a Perimetral Leste resolve a mobilidade cotidiana urbana ao tirar tráfego do Centro com baixo custo relativo e execução por etapas.

O que disseram os proponentes

  • Adriano Scarabelot (AREA-PB/UTFPR): defende o resgate da diretriz de 1989, a necessidade da obra diante da saturação da Tocantins e o faseamento com trechos já existentes e pequenas intervenções.
  • Ivan Orlandini (ACEPB): destaca que “muitos trechos já estão prontos” e que a Perimetral agrega mobilidade às saídas para Passo da Ilha, São João Batista e Shopping, integrando-se a obras em andamento (como Contorno Noroeste e estudo da PR-493) e a ligações locais previstas.
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