Além disso, o juiz eliminou a judoca brasileira ao aplicar a ela terceiro shido (punição) por falta de combatividade. Com duração de quase 15 minutos, a luta foi a mais longa da Olimpíada até o momento.
O ex-judoca Tiago Camilo, medalhista olímpico em Sydney-2000 e Pequim-2008, entendeu que a gaúcha foi duplamente prejudicada pela arbitragem. “A brasileira claramente prejudicada nessa luta. Tanto nesse golpe não pontuado quanto na decisão do golden score. Nessa última punição que ela tomou”, afirmou.
Flávio Canto, medalhista de bronze em Atenas-2004, endossou a opinião do colega e detonou o VAR. “Não darem o wazari pra Portela.. pra que serve o VAR? Francamente. Lamentável”, escreveu o ex-judoca e comentarista da TV Globo nas redes sociais.
Alex Pombo, judoca que já defendeu a seleção brasileira, passou por uma situação semelhante à de Portela com o árbitro mexicano, o que reforçou seu descontentamento com a decisão do juiz no combate da brasileira em Tóquio. Nas semifinais do Pan de Toronto, em 2015, Pombo foi derrotado pelo argentino Alejandro Clara da mesma maneira, com um shido no fim.
“Esse árbitro já acabou com o meu sonho nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, trocando o shido faltando segundos pra acabar a luta. Agora nos Jogos Olímpicos faz uma coisa dessa, acabar com o sonho de um atleta”, relembrou.
Campeões mundiais em suas categorias, João Derly e Luciano Corrêa reiteraram as críticas ao árbitro mexicano. “O wazari da Portela foi nítido”, pontuou Corrêa. “Deixa os atletas decidirem”, acrescentou.
“Nunca gostei de falar da arbitragem, mas meu Deus o que foi essa luta? Wazari não marcado e uma punição muito injusta”, reclamou Derly, primeiro brasileiro a ser bicampeão mundial de judô.
Com a derrota, Maria Portela fica fora da briga por medalhas em Tóquio na categoria até 70 kg. No entanto, ela e outros judocas do País voltarão em ação na disputa por equipes na próxima sexta-feira.
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