Castillo era um nome pouco conhecido na política nacional do Peru, mas venceu uma fragmentada disputa eleitoral no primeiro turno e se impôs por pequena margem sobre a rival à direita, Keiko Fujimori, no segundo turno. Agora, há dúvidas sobre sua plataforma de governo, com o gabinete ainda não apontado, mas investidores temem, por exemplo, mudanças no setor de mineração, no segundo maior produtor global de cobre.
Segundo a Oxford, caso a confiança do setor privado no país siga baixa no próximo ano, a moeda local, o sol, pode ficar em 4,50 soles por dólar, com a renda per capital levando mais um ano para se recuperar de seu nível pré-pandemia. “A dívida externa, por sua vez, avançaria à máxima em vinte anos, pressionando os balanços de famílias, empresas e do governo”, adverte.
O Peru sofreu em 2020 sua pior recessão em décadas, com recuo de 11% do PIB, lembra a Oxford Economics. Problemas sanitários por resolver nas últimas duas décadas levaram “a um colapso do sistema de saúde”, forçando o governo a impor um dos lockdowns mais severos do mundo, diz a consultoria. Como até 70% da economia peruana é informal, isso significou uma queda abrupta na renda de milhões de famílias. A Oxford diz que a pandemia exacerbou a desigualdade entre Lima, a capital que concentra quase a metade do PIB, e o restante do país.
Nesse quadro, Castillo emergiu como o primeiro candidato presidencial importante de fora de Lima em quase duas décadas, diz a Oxford. O partido dele, Peru Libre, tem uma agenda de esquerda radical que desagrada empresários, mas foi acolhida por eleitores que desejam mudanças em questões sociais, considera a consultoria.
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