Pesquisa da UEM propõe uso do nióbio em edificações

Uma pesquisa da Universidade Estadual de Maringá (UEM) propõe a utilização do nióbio em diferentes tipos de construções, como pontes, viadutos e obras da construção civil. O nióbio é um metal flexível e maleável que aumenta em cerca de 60% a resistência e durabilidade do aço, sem aumentar significativamente o peso da liga metálica. Este mineral é valorizado por suas propriedades únicas e é utilizado na produção de aços especiais para diversos produtos, desde oleodutos até peças de aeronaves.

Objetivo do Projeto

O projeto da UEM visa disseminar no mercado a viabilidade de aços de alta resistência como alternativa ao aço carbono, que é menos resistente à corrosão e amplamente utilizado na construção civil, indústria automotiva e fabricação de ferramentas. A ideia é comercializar, no futuro, estruturas de construção pré-fabricadas com nióbio, que são mais leves e produzem menos resíduos.

Importância e Sustentabilidade

O professor Carlos Humberto Martins, coordenador do projeto, destaca a relevância da construção civil na economia brasileira e a necessidade de inovação e sustentabilidade. “O uso do nióbio no aço possibilita construções mais eficientes, resistentes, duráveis e sustentáveis”, afirma Martins.

O estudo, iniciado em 2023, conta com um financiamento de R$ 1,33 milhão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A Gerdau, uma multinacional produtora de aço, forneceu vigas para os testes laboratoriais. A pesquisa também recebeu US$ 100 mil em créditos da Amazon Web Services (AWS) para uso de computadores de alto desempenho.

Os resultados preliminares indicam que a adição de 0,05% de nióbio ao aço aumenta significativamente sua resistência à corrosão e capacidade de suportar cargas sem deformação. O estudo também trabalha com Concreto de Ultra-Alto Desempenho (UHPC), que permite construções mais leves e duráveis.

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A pesquisa envolve seis pesquisadores de diversas universidades federais e pontifícias. A próxima etapa inclui testes de corrosão com aço G50 e G60, realizados na PUC-RJ, e os resultados preliminares indicam que o aço G60 é mais resistente à degradação.

Programa Inova Nióbio

O projeto é amparado pelo Programa Inova Nióbio, instituído pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em 2022, que visa integrar e fortalecer a cadeia produtiva do nióbio no Brasil. O país detém cerca de 90% da produção global do mineral.

A pesquisa da UEM está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o ODS 9, que promove a modernização industrial e tecnologias limpas para um crescimento econômico sustentável. A produção de estruturas pré-fabricadas com nióbio reduzirá o uso de materiais e a emissão de dióxido de carbono (CO2).

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