Pesquisa da UFFS e Unicentro conquista Prêmio Prime 2024

A pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza e pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi o grande destaque do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime) 2024, promovido pelo governo do Paraná. O projeto, que visa à produção de etanol a partir das sementes de seringueira — um resíduo do processo industrial de extração do látex — foi premiado com um aporte financeiro de R$ 200 mil para continuar seu desenvolvimento.

Entrega da Premiação e Reconhecimento

A premiação ocorreu durante a abertura do evento Paraná Faz Ciência 2024, realizado em Maringá, e contou com a participação dos dez finalistas do programa Prime. O projeto da UFFS e Unicentro se destacou entre as iniciativas por propor uma solução ambientalmente adequada para os resíduos das florestas de seringueiras, agregando valor a um material que, até então, não possuía destinação comercial. O apoio financeiro é fruto de recursos da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

A ideia para a pesquisa surgiu a partir de uma demanda da Kaiser Agro, empresa parceira do projeto, que buscava uma solução para o acúmulo das sementes das seringueiras, que causam problemas de acidificação do solo. A pesquisa, coordenada pelo professor Letiere Cabreira Soares (UFFS), encontrou no etanol uma possibilidade de utilização eficiente desse resíduo.

Impacto Econômico e Perspectivas para o Futuro

O professor Letiere Cabreira Soares apresentou as projeções de impacto econômico do etanol produzido a partir das sementes de seringueira. Segundo ele, apenas no estado de São Paulo, que possui uma área de 200 mil hectares de seringueiras, é possível acumular cerca de mil quilos de sementes por hectare a cada ano. Com a tecnologia desenvolvida, 3,91 quilos de sementes são suficientes para produzir um litro de etanol. Com isso, estima-se uma produção anual de 51 mil metros cúbicos de etanol, o que pode movimentar aproximadamente R$ 210 milhões, considerando os preços praticados em 2024.

Os recursos da premiação serão utilizados para ampliar a escala de produção do etanol, em parceria com uma empresa de combustíveis localizada em Guarapuava. Parte do valor também será destinada ao custeio de bolsas de pesquisa e à aquisição de equipamentos e insumos para os projetos em andamento.

Histórico e Desenvolvimento do Projeto

A pesquisa teve início em 2019, a partir de um acordo de cooperação entre a UFFS, Unicentro e a Kaiser Agroforest. Desde então, as sementes de seringueira têm sido objeto de estudo para a produção de biocombustíveis, além de aplicações ambientais, cosméticas e alimentícias. O grupo de pesquisa já acumulou três patentes nacionais e uma patente internacional, e foi reconhecido com prêmios da Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

O projeto foi desenvolvido pelos professores Letiere Cabreira Soares, Dalila Moter Benvegnú e Fernanda Oliveira Lima (UFFS), o professor André Lazarin Gallina (Unicentro), pelo estudante de pós-graduação em Bioenergia da Unicentro Giovano Tochetto, e pelos estudantes da UFFS Gabriel Rohling (Química) e Katharine Margaritha Satiro Braz (Ciências Biológicas).

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Sobre o Programa Prime

O Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime) tem como objetivo transformar os resultados de pesquisas acadêmicas em novos produtos, serviços e negócios. A iniciativa capacita pesquisadores para lidar com as diferentes demandas do mercado, oferecendo suporte jurídico, de prospecção de financiamento e de aperfeiçoamento das inovações.

Coordenado pela Seti, o programa é financiado pelo Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico, com a colaboração da Fundação Araucária e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR), que contribuem com a aplicação dos conteúdos de aprendizagem.

Redes Sociais e Mais Informações

Para acompanhar mais detalhes sobre os projetos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa, acesse os perfis no Instagram: @gpers.uffs e @gpbiosaude.uffs.

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