O resultado do segundo trimestre veio acima do esperado pelo mercado. A projeção era de lucro líquido de R$ 25 bilhões, segundo a média de quatro casas (BTG Pactual, Itaú BBA, Santander e Credit Suisse) e do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), ouvidos pelo Estadão/Broadcast.
O lucro representou uma alta de 3.572,2% ante o primeiro trimestre deste ano. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado ficou em R$ 61,93 bilhões, um avanço de 147,9% ante o segundo trimestre de 2020 e de 26,5% ante o trimestre anterior. Esse resultado superou as expectativas do mercado, de R$ 53 bilhões.
O endividamento líquido caiu para R$ 53,26 bilhões (25,2% menor que em igual período de 2020), enquanto a receita com vendas fechou em R$ 110,71 bilhões, alta de 117,5% frente ao segundo trimestre do ano.
Com esse resultado, a Petrobras deixa para trás o “fantasma” da covid-19. Em igual período do ano passado, a empresa amargou o pior momento da crise, diante de um cenário perverso de queda do petróleo e do consumo interno, simultaneamente. A consequência dessa junção foi o prejuízo de R$ 2,71 bilhões, registrado no segundo trimestre de 2020. Na época, a única venda da petrolífera que se manteve crescendo foi a de gás de cozinha (gás liquefeito de petróleo), por causa da corrida da população para estocar produtos essenciais, principalmente, para a alimentação.
O segundo trimestre deste ano já reflete a flexibilização das medidas de isolamento social e enfrentamento da pandemia. O comércio de óleo diesel, usado em caminhões, subiu ancorado no crescimento do setor agrícola. O volume comercializado cresceu 28,8% comparado a igual período de 2020. E, mesmo em relação ao trimestre anterior, houve um avanço, de 11,4%. As vendas de gasolina também avançaram – 36,9% e 12,7%, considerando a mesma base de comparação.
A Petrobras ainda foi favorecida por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que excluiu a parcela de ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins cobrados na venda dos seus produtos. Isso rendeu à empresa uma receita extraordinária de R$ 4,8 bilhões.
No trimestre, a empresa ainda foi beneficiada com a venda da BR Distribuidora e com o pagamento de uma parcela da participação remanescente de 10% da NTS ao fundo de investimento gerido pela Brookfield e pela Itaúsa, atuais controladores da empresa operadora de gasodutos.
“O recebimento de valores referentes a estas transações, juntamente com o adiantamento recebido pelas assinaturas dos polos Peroá, Miranga e Alagoas e dos campos de Papa-Terra e Rabo Branco, resultaram em uma entrada de caixa de US$ 2,8 bilhões até 3 de agosto”, informou a empresa.
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