
Em gatos, a fase sênior começa aos 11 anos; em cães, a classificação varia por porte e expectativa de vida (o “sênior” costuma corresponder aos 25% finais do tempo de vida previsto). Em ambos os casos, a avaliação por estágio de vida orienta decisões de saúde e manejo.
Check-ups semestrais ajudam a detectar precocemente doenças comuns do envelhecimento (renais, articulares, endócrinas). A AVMA recomenda que pets idosos consultem o veterinário duas vezes ao ano e realizem exames de rotina conforme indicação clínica.
Alimentação: o que muda com a idade
Avalie condição corporal e massa muscular
Pets idosos podem ter necessidades energéticas diferentes e alterações de massa muscular. Monitorar BCS/MCS (condição corporal e muscular), pesar com frequência e ajustar o plano alimentar com o veterinário são medidas centrais.
Como escolher a ração ou dieta
Prefira marcas que informem equipe técnica, controle de qualidade e baseiem-se em padrões reconhecidos e/ou provas de alimentação; desconfie de termos de marketing não regulamentados (“premium”, “holística”). Em suma: leia rótulos com espírito crítico e siga orientação profissional.
Hidratação, textura e palatabilidade
Para gatos seniores, tigelas baixas e largas (que não toquem os bigodes), alimentos mornos e aromáticos e múltiplos pontos de água pela casa favorecem a ingestão. Luzes noturnas podem ajudar pets com visão reduzida a localizar recursos.
Doença renal crônica (DRC): fósforo sob controle
Em cães e gatos com DRC, dietas renais (com restrição de proteína e controle de fósforo) prolongam a sobrevida e reduzem crises urêmicas; o manejo do fósforo pode incluir redutores/binders quando necessário, conforme o estágio IRIS. Em estágio 2, sugere-se incluir ômega-3 de cadeia longa. Ajustes devem ser prescritos pelo veterinário.
Articulações e dor: papel do ômega-3
Há evidência de que EPA/DHA (óleo de peixe) melhoram a sustentação do peso e a mobilidade em cães com osteoartrite; converse com o veterinário sobre dose e qualidade do suplemento.
Casa adaptada: conforto e segurança
Pisos, acessos e ambientação
Evite escorregões com tapetes antiderrapantes, passadeiras e, quando necessário, rampas/escadinhas para acessar sofás, camas ou arranhadores. Iluminação de apoio à noite favorece orientação espacial de gatos mais velhos.
Banheiro e higiene
Para gatos, disponibilize caixas de areia de fácil acesso (entrada baixa e ampla); em casas com mais de um pavimento, ofereça caixas em cada andar. Mantenha-as limpas e em locais tranquilos para reduzir acidentes.
Tigelas, caminhas e temperatura
Camas ortopédicas e locais de descanso longe de correntes de ar ajudam a aliviar desconfortos articulares. Garanta água fresca sempre e evite competição por recursos em lares com múltiplos pets, algo especialmente importante para cães seniores.
Rotina: exercício, estímulos e sono
Passeios e brincadeiras
Troque atividades intensas por sessões mais curtas e frequentes, com superfícies estáveis e enriquecimento mental (brinquedos alimentares, farejamento, treino gentil). Isso mantém condicionamento e previne tédio sem sobrecarga.
Envelhecimento cognitivo: sinais e manejo
Disfunção cognitiva (desorientação, alterações de sono, interação e eliminação) afeta uma parcela relevante de cães idosos; em gatos, o quadro é menos descrito, mas existe. O manejo inclui rotina previsível, enriquecimento ambiental/dietético e, em cães, medicação como selegilina quando indicada. Procure avaliação veterinária ao notar mudanças comportamentais.
Consultas e exames: a agenda do sênior
Além do exame clínico semestral, o veterinário pode recomendar painel laboratorial, urinálise, aferição de pressão, avaliação dentária e de dor em intervalos definidos pelo histórico do pet. O objetivo é antecipar problemas e ajustar dieta, medicação e ambiente em tempo hábil.
Checklist rápido para o tutor
- Verifique peso, apetite e ingestão de água semanalmente
- Ajuste a dieta com base em BCS/MCS e condições clínicas; priorize qualidade e adequação nutricional.
- Instale rampas/escadas, tapetes antiderrapantes e luzes noturnas em áreas de circulação.
- Para gatos, ofereça caixas de areia acessíveis e em múltiplos pontos.
- Mantenha rotina previsível, com passeios curtos e enriquecimento diário.
- Consulte o veterinário a cada 6 meses ou antes, se houver mudanças de comportamento.
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