A ação de hoje é a primeira etapa ostensiva do inquérito. A partir das provas colhidas desde 2018, os agentes identificaram uma auditora fiscal federal do Ministério da Agricultura que teria recebido propinas para facilitar o esquema, ajudando a dar “aparência legal” aos produtos. Por determinação judicial, ela foi afastada das funções e deve ser intimida para prestar depoimento nos próximos dias.
“Durante as investigações restaram demonstrados fortes indícios de que a referida servidora pública e prepostos da empresa investigada, agindo com união de desígnios, trocavam embalagens de forma a adulterar datas de vencimento, modificavam romaneios e relatórios de pesagem”, afirma a PF.
Na operação, os agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão em endereços comerciais e residenciais em Presidente Prudente, Presidente Epitácio e Rancharia, no interior de São Paulo, todos expedidos pela 5.ª Vara Federal de São Paulo. O grupo é investigado por crime sanitário, corrupção ativa e passiva, prevaricação, falsidade documental, estelionato e organização criminosa.
A segunda etapa da investigação vai se debruçar sobre outros possíveis envolvidos no esquema. O material apreendido na operação, que inclui celulares, computadores e documentos a serem periciados, vai subsidiar a continuidade do inquérito. “A investigação segue sob sigilo absoluto, judicial inclusive”, disse o delegado Leopoldo Andrade de Souza, coordenador da investigação.
De acordo com o delegado, os indícios de propinas à servidora são “muito fortes”. “A servidora, responsável pela fiscalização inclusive de doenças, uma vez corrompida, faz vistas grossas e muita coisa acaba passando”, explicou.
Defesa
“O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informa que ainda não foi notificado oficialmente sobre a operação policial deflagrada nesta segunda-feira (31/05) pela Polícia Federal em Presidente Prudente (SP). Assim que for notificado, o Mapa vai analisar quais as providências administrativas e correcionais a serem tomadas.”
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