A ação de hoje é um desdobramento da segunda fase da Operação “Leet”, aberta no último dia 11, em que foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e no Ceará.
A partir da análise do material apreendido na etapa anterior, a Polícia Federal identificou a participação do novo suspeito no crime cibernético que atingiu o STF e em outras ações contra outras instituições públicas e privadas. Ele já tinha sido alvo da Operação Capture the flag, em junho, que investigou a invasão em sistemas informatizados de órgãos públicos para vazar dados privados de servidores e autoridades, incluindo supostos exames do presidente Jair Bolsonaro.
O hacker vai responder, na medida de suas participações, pelos crimes de associação criminosa e invasão de dispositivo informático de uso alheio, cujas penas, somadas, podem chegar a cinco anos de prisão.
A investigação que levou ao grupo suspeito foi aberta no início de maio, a pedido da Polícia Federal, após a equipe de tecnologia da informação do STF comunicar aos investigadores ‘uma série de condutas suspeitas que indicavam’ que o site do tribunal seria alvo de um ataque hacker. O inquérito corre sob sigilo.
O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Como mostrou o Estadão, os investigadores suspeitavam que a suposta invasão poderia ter relação com os inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, que também estão sob a relatoria do ministro. Uma das possibilidades que chegou a ser cogitadas é a de que um algum grupo ativista anti-STF estaria por trás do ataque.
As apurações preliminares sobre o ataque chegaram a indicar que o acesso não teve intuito de “sequestro de ambiente” – como ocorreu em episódios envolvendo o Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal de Justiça do Rio e Janeiro -, mas sim de obtenção de dados. “O acesso fora do padrão foi contido enquanto ainda estava em andamento e, segundo informações preliminares, somente dados públicos ou de características técnicas do ambiente foram acessados, sem comprometimento de informações sigilosas”, comunicou o STF em nota divulgada no dia 7 de maio em razão do ocorrido.
A quantidade de acessos ao site do Supremo na ocasião foi muito superior à que é normalmente identificada, o que causou estranheza aos servidores da Corte. O portal chegou a ser retirado do ar para “segurança das informações”.
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