A Polícia Federal do Brasil, em uma ação coordenada denominada Operação Trapiche, realizou prisões e buscas significativas em um esforço para coibir possíveis atentados terroristas no país. Na quarta-feira, 8 de novembro de 2023, dois indivíduos foram presos sob suspeita de envolvimento com o grupo extremista Hezbollah no Brasil.
As prisões ocorreram em São Paulo, juntamente com a execução de 11 mandados de busca e apreensão em três diferentes localidades: Brasília, Minas Gerais e São Paulo.
Um dos detidos foi capturado imediatamente após desembarcar de um voo originário do Líbano no Aeroporto de Guarulhos. Carregando informações possivelmente relacionadas à organização de ataques contra a comunidade judaica no Brasil. A operação da PF visou desarticular planos que incluíam atos preparatórios de terrorismo, com foco em alvos da comunidade judaica no território nacional.
Os crimes investigados são considerados hediondos sob a lei brasileira de terrorismo, categorizados como inafiançáveis e com penalidades severas. Incluindo o cumprimento de pena em regime fechado desde o início, independentemente do trânsito em julgado da condenação.
A importância da América Latina para as operações do Hezbollah no Brasil
“A importância da América Latina é sobretudo pelo fato de ela abrigar a maior comunidade libanesa do mundo fora do Líbano. São de 7 milhões a 10 milhões de integrantes, a maioria concentrada na região da tríplice fronteira. Se levarmos em consideração o primeiro ciclo da atividade terrorista, você tem a sensibilização, seguida da radicalização, até o treinamento para o terror. Para tudo isso é necessário o financiamento, e isso nós temos na tríplice fronteira. Lá há diversos crimes transfronteiriços sendo praticados e, com eles, se pode financiar a atividade terrorista de organizações como o Hezbollah. Outro fator importante é utilizar a região para o chamado esfriamento, que é o refúgio de terroristas após atentados. Aqui temos miscigenação e um grande acolhimento de imigrantes, um contexto propício para o esfriamento ou para o planejamento de atentados com certa facilidade. É cada vez mais forte o nexo entre crime e terror”, afirma o major Frederico SalóesInstrutor de Guerra Irregular na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme) e especialista em combate ao terrorismo – formado pelo Centro de Instrução de Operações Especiais.
Comentários estão fechados.