Com o período sem viagens e partidas, Pia Sundhage pôde trabalhar com mais tempo o plantel que tem em mãos. Ao longo dos dias, a técnica realizou treinos de alta intensidade, jogo-treino entre suas atletas e também fez testes com jogadoras específicas em novas posições, já visando os Jogos Olímpicos e Tóquio-2020. Mas além das atividades gerais, a comissão da seleção focou em duas táticas de jogo julgadas primordiais: bola parada e contra-ataque.
“Primeiramente, sou grata que nos reunimos com algumas das jogadoras que jogam no Brasil aqui na Granja Comary. Porque não é fácil, são muitos protocolos a serem seguidos, mas o fato de ter muitas pessoas envolvidas para que isso aconteça, me faz ser grata. Tivemos um local para assistir jogos, conversamos sobre nossas oponentes e tentamos trabalhar certas coisas dentro do nosso jogo. Nesse curto espaço de tempo sem atuarmos, conversamos sobre coisas específicas do nosso modelo de jogo. Fizemos duas coisas: treinamos muito as jogadas de bola parada, somos muito boas nisso, e também treinamos muito os contra-ataques”, revelou a técnica sueca.
A etapa de treinos já projeta os grandes adversários que a seleção brasileira terá pela frente nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. O contra-ataque, por exemplo, foi notado pela comissão técnica como uma ótima alternativa para rivais que marcam forte pressão. De acordo com Pia Sundhage, o grande desafio do grupo até julho é estar conectado e entrosado na metodologia de jogo.
“Se olharmos para o Torneio She Believes, quando jogamos contra a melhor equipe do mundo, os Estados Unidos, tivemos que lidar com aquela pressão alta. Essa é uma das razões para avaliarmos esse cenário e treinarmos contra-ataques. Realmente acredito que com um pouco mais de tempo antes das Olimpíadas, estaremos mais conectadas. Futebol é sobre estar em sincronia e conectado. Uma certeza que tive nesse período de treinos é que se conseguirmos fazer as jogadas de bola parada, estaremos bem. Isso nos dá muita confiança. Acredito que temos a técnica, agora é sobre estar conectada e tomar as decisões certas. Essa é provavelmente é a solução nesse período pré-olímpico”, destrinchou a sueca.
Contando primordialmente com atletas que atuam no Brasil, devido às restrições de viagens internacionais, o período de preparação na Granja Comary abriu portas para atletas mais jovens mostrarem seu talento. Animada com o desempenho destas jogadoras, Pia Sundhage avaliou um futuro promissor para a seleção principal a longo prazo, já projetando o Mundial de 2023.
“É muito importante que disputemos partidas e consigamos tempo de campo para essas jogadoras. Acho que elas vão fazer a diferença na Copa do Mundo, por isso estou tão animada de trazê-las. Não tenho certeza se elas já estão prontas para a pressão, porque nas Olimpíadas a pressão é muito alta. Então se você é jovem e não tem tanta experiência junto à Seleção, é difícil lidar com essa pressão. Quantas jogadoras jovens teremos nos Jogos Olímpicos? Eu não sei. Teremos que avaliar com cautela antes de tomar essa decisão. Mas tenho certeza que os próximos passos do futebol aqui no Brasil com essas novas atletas serão promissores”, concluiu.
Durante o período de treinamentos, Pia Sundhage contou com 24 jogadoras, que atuam primordialmente no Brasil. A exceção foi a zagueira Rafaelle, do Changchun Dazhon (China), e a atacante Andressa Alves, da Roma (Itália). A estreia ficou por conta da atacante Giovanna Crivellari, que teve a primeira oportunidade na equipe principal. Com a estreante, a técnica sueca soma 72 atletas convocadas para a seleção.
O próximo encontro está previsto para a última Data Fifa antes dos Jogos Olímpicos, entre os dias 7 a 15 de junho.
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