“É uma fórmula para a vitória conseguir usar as jogadoras do banco do jeito que estamos usando. Estou muito feliz com elas mudando o jogo, como, por exemplo, Angelina, Ludmila e Geyse fizeram na última vez. Isso não é algo que vem de graça, você tem que tentar repetir, talvez com as mesmas jogadoras ou com outras, mas é muito importante conforme se avança na competição”, disse Pia, já projetando os próximos passos da seleção.
“Esse é um momento da competição em que podemos usar pernas frescas. Temos 22 boas jogadoras e o fato de que algumas ainda não jogaram vai permitir que elas entrem e façam um bom jogo, justamente por terem pernas mais frescas que algumas outras. Faremos mudanças na próxima partida, com certeza. É muito importante que todas estejam jogando. Isso significa que estar no banco é se preparar para entrar, como a Ludmila fez, e ela entrou muito bem, marcando gol, e a tática com ela funcionou muito bem, o que me deixou muito feliz. Veremos se ela estará entre as titulares ou se virá do banco. Ela se sairá bem de qualquer forma, mas ainda estamos decidindo”, afirmou.
No desenho da estratégia para o próximo jogo contra a Zâmbia, Barbra Banda não passou despercebida. A atacante de apenas 21 anos já fez história em Tóquio ao se tornar a primeira mulher a marcar dois “hat-tricks” (três gols) consecutivos em Olimpíadas. Pia Sundhage admitiu fazer algumas mudanças na equipe para detê-la.
“Nossa defesa será um pouco diferente. Banda é uma ótima jogadora e nós fizemos nosso dever de casa. Marcar tantos gols em dois jogos é fantástico, então precisamos solucionar nossa defesa de forma especial. Nós mostramos às jogadoras, conversamos com elas sobre a defesa, mas também sobre como manter a posse e criar boas chances”, contou a sueca.
CAMINHO DO OURO – Um empate contra a Zâmbia já garante o Brasil nas quartas de final. Dependendo da posição no Grupo F, o Brasil pode enfrentar potências como Suécia ou Estados Unidos, do Grupo G, ou encarar adversários como Inglaterra, Canadá e Japão, do Grupo E. Para Pia Sundhage, porém, não há caminho mais fácil que o outro.
“Nós analisamos todas as possibilidades para que todas estejam atualizadas quando jogarmos a partida, mas não há grupo melhor ou pior. Todos os times que forem às quartas serão grandes times. Não apostarei que um é melhor que o outro, não sou boa para isso. O que eu quero é ganhar o jogo contra a Zâmbia. Se for de 1 a 0 ou de uma diferença maior, não importa. O que importa é como jogamos e como conseguimos os três pontos”, disse, avaliando a evolução da equipe.
“Ainda acho que controlamos várias situações contra a Holanda e continuamos melhorando nossa defesa. Olhando para a frente, isso é muito importante, mas não quero falar das quartas porque temos um jogo importante. Não quero desperdiçar dois tempos de 45 minutos, quero continuar melhorando para que possamos dizer no apito final: ‘fizemos um bom jogo'”, prosseguiu.
A treinadora também destacou a importância da preparação em Portland, nos Estados Unidos, para chegar em alto nível físico para a Olimpíada. Ela celebrou o nivelamento do grupo e o fato de que, sem lesões, todas estão disponíveis para a próxima rodada.
“Nossa estadia em Portland foi crucial, muito importante. Acho que, agora, quase todas estão no mesmo nível físico. Se você joga duas partidas na sequência, fica um pouco dolorida, mas todas têm condições de jogar amanhã, o que me deixa muito feliz. Todas estão saudáveis e em forma. Estou feliz com nossa evolução física, mas, no futuro, teremos que evoluir ainda mais nisso para melhorar nosso jogo em três ou quatro anos. Amanhã, teremos a chance de fazer algumas substituições e poupar algumas pernas. O mais importante é jogar bem, e vai ser ótimo se ganharmos, porque elas ganham confiança e temos boas imagens para mostrar a elas”, completou.
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