“É importante ser contagiante e é por isso que você me vê sorrir, porque estamos nas quartas de final e temos grande chance de avançar. Acredito no poder de olhar positivamente para as situações, mesmo que eu considere que não jogamos bem contra a Zâmbia, na verdade, nós jogamos. Criamos boas chances, marcamos um gol importante. Para mim, tudo se resume à jornada. Tem que valer a pena ter tantos dias juntas, um bom time e buscar aproveitá-la. Quando jogarmos amanhã, eu realmente espero que tenhamos um bom time e façamos um bom jogo, porque trabalhamos muito para isso e eu acho que tentamos encaixar todas as peças, ser táticas e marcar gols”, disse Pia, avaliando o que viu de avanço na modalidade desde que chegou ao Brasil e torcendo para que a campanha em Tóquio ajude nesse processo.
“Acho que fizemos um ótimo trabalho, as jogadoras têm sido fantásticas até aqui, e acredito que teremos um bom jogo. Agora, quando você fala do futebol feminino no Brasil, esses dois anos têm sido ótimos e eu acho que, se voltarmos ao Brasil com uma medalha, as pessoas vão nos ouvir. Acho que vão nos ouvir mesmo se não voltarmos com medalha, mas é mais fácil prestar atenção em alguém que venceu. Olhando para esse prisma, esse jogo é muito importante, e eu quero muito que a gente jogue bem e chegue às semifinais”, afirmou a treinadora.
Na Era Pia, as brasileiras enfrentaram as canadenses em quatro oportunidades. Venceram duas e empataram duas, marcando oito gols e cedendo apenas dois. No mês passado, em jogo preparatório, as duas seleções empataram em 0 a 0. Pia elogiou Christine Sinclair (12 gols), uma das maiores artilheiras das Olimpíadas, que luta gol a gol para superar as brasileiras Marta (13) e Cristiane (14) no ranking.
“Elas têm um excelente time. O último jogo foi apertado e elas estão em nono no ranking, e eu espero que tenhamos um bom jogo. Precisamos fazer o nosso melhor em termos de defesa, por exemplo. Você tem que tomar cuidado com a Sinclair, que tem muita experiência e é uma jogadora muito inteligente. Temos que nos esforçar para que ela não domine o jogo”, disse Pia, analisando os pontos fortes da equipe canadense.
“Mas claro que ela tem um time por trás, jogadoras de velocidade no ataque, por exemplo, e outras difíceis de enfrentar na defesa. Elas têm um padrão e nós precisamos descobrir que padrão é esse para preparar as jogadoras, especialmente no ataque. Marcamos gols contra elas e acho que está na hora de marcarmos gols de escanteio, mas já fizemos um bom trabalho com isso antes e espero que, quando tivermos um escanteio, todo mundo pense ‘lá vem o gol'”, projetou.
COMPACTAÇÃO E FOCO – O Brasil chega às quartas após uma ótima campanha na primeira fase, que lhe deixou algumas lições importantes. Como adversárias, as brasileiras tiveram escolas e estilos de jogo totalmente diferentes, cedendo poucos gols, no total apenas três diante da Holanda. Pia reiterou a importância da compactação para um bom desempenho.
“Quando você olha para os melhores momentos da Seleção, a palavra-chave é compactação, tanto na defesa quanto no ataque. Tivemos algumas situações em que a qualidade individual se sobressaiu, ofensivamente ou defensivamente – caso da Rafaelle, por exemplo. Quando estamos na mesma página, é um bom retrato de que, se estivermos compactas, estaremos bem”, afirmou Pia.
A seleção fez nesta quinta-feira o último treino antes de encarar o mata-mata, visando aos últimos ajustes físicos, técnicos e táticos. Em outra competência, porém, o treinamento nunca acaba: o psicológico. Para a treinadora, as atletas estão bem preparadas.
“Se você está nas quartas de finais de uma Olimpíada, você supera todos os obstáculos, porque você realmente quer jogar aqueles 90 minutos e alguns mais, se o jogo for à prorrogação. Na conversa pré-jogo que teremos daqui a pouco, é tudo sobre o jogo, sobre como derrotar o Canadá, conseguir boas situações em campo e acreditar em algo”, concluiu.
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