O governador em exercício Darci Piana se reuniu na manhã desta quarta-feira (2), em Curitiba, com o futuro ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Javier Jiménez Garcia de Zuñiga. No encontro, que contou ainda com integrantes do G7, grupo que reúne os principais representantes dos setores produtivos do Estado, ambos ressaltaram a importância e os benefícios de se aprimorar as relações internacionais entre o Paraguai e o Paraná e discutiram temas ligados à infraestrutura e à economia.
O representante paraguaio integrará o governo do presidente eleito, Santiago Peña, cuja cerimônia de posse está marcada para 15 de agosto. A conversa ocorreu antes da abertura do evento “Encontro Bilateral Brasil-Paraguai”, organizado pela Câmara de Comércio Paraguai-Brasil, no Sebrae.
Piana destacou ao futuro ministro paraguaio que o Paraná tem sido bem-sucedido em aproximar a iniciativa privada e o governo estadual, resultando em altos investimentos, especialmente em infraestrutura. Citou ainda a instalação de um novo Moegão no Porto de Paranaguá, para ampliar a capacidade de descarga dos trens que chegam ao local, dentro do escopo da Nova Ferroeste, corredor de 1,5 mil quilômetros entre Paranaguá e Maracaju (MS), com ramal a Foz do Iguaçu, que poderá ser usado pelo país vizinho para escoamento da safra. A previsão é de que a capacidade diária seja ampliada em 63%.
De acordo com o governador em exercício, o encontro marca um primeiro contato com a nova administração do país vizinho de maneira muito promissora. “Toda vez que você se encontra com alguém que trata de negócios, de investimentos, de relacionamento, há um resultado positivo. Aqui, muito mais, porque o Paraná já é o maior parceiro comercial do Paraguai. Se a gente conseguir melhorar ainda mais, será benéfico para os dois lados. Com o novo governo, com o novo ministro que está assumindo, tenho a impressão de que vamos nos dar muito bem e será bom para todos”, opinou. “É fundamental manter esse relacionamento, que já é bom e pode ficar ainda melhor”.
A Itaipu Binacional, na Tríplice Fronteira, foi lembrada pelos dois lados. Com o fim do pagamento da obra, em fevereiro, após 50 anos, o governador em exercício falou da possibilidade de se criar um fundo com recursos da hidrelétrica para promover o desenvolvimento da região. O Paraná também já tem uma série de parcerias com o país vizinho em função da Itaipu. Recursos da Binacional foram usados, por exemplo, para a construção da nova ponte ligando Foz do Iguaçu a Presidente Franco, no lado paraguaio, a nova perimetral e a duplicação da Rodovia das Cataratas.
Javier Jiménez Garcia de Zuñiga destacou a segunda ponte, mas lembrou que ainda há problemas de logística que precisam ser resolvidos. Ele pediu maior integração nos trabalhos da Receita Federal com a Aduana Paraguaia para evitar o atraso desnecessário no transporte de cargas pelo modal rodoviário. Segundo ele, ainda há caminhões que esperam dias para poder atravessar a ponte. Citou como exemplo a fronteira entre o Rio Grande do Sul com Corrientes, na Argentina, onde há uma única aduana conjunta para agilizar os trâmites.
Zuñiga afirmou aos presentes que o novo governo do Paraguai deseja ampliar a integração com o Brasil e que o Paraná seria um ator especialíssimo nesse processo. “Integração significa oportunidade, desenvolvimento, emprego e criação de riqueza. Isso é o que vai tirar nosso país dessa situação de atraso. Hoje, quase 50% da população economicamente ativa do Paraguai atua na informalidade, em regime precário”, destacou ele, explicando que emprego é um dos pilares do plano de governo do novo presidente paraguaio.
Para reforçar o grande interesse em estreitar as relações com o Paraná, ele ainda brincou, em bom português: “Vocês vão me ver muito por aqui”.
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