Guedes – que participa nesta quarta-feira de audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados – também disse que o andamento da pandemia do novo coronavírus no Brasil levou o governo a renovar o pagamento do auxílio emergencial em 2021. “A pandemia é que nos recomendou a renovação do auxílio emergencial”, disse o ministro na audiência, lembrando do aumento de casos de covid-19 no início do ano.
“Renovamos agora o auxílio emergencial por mais três meses. Vamos até outubro”, disse Guedes. “Em novembro e dezembro, reengatamos (sic) no Bolsa Família”, acrescentou.
Guedes citou ainda uma série de medidas adotadas pelo governo no ano passado, na primeira onda de covid-19. Além disso, defendeu que a vacinação em massa no Brasil finalmente deslanchou. “O governo está produzindo vacina em massa, além da importação”, disse.
O ministro afirmou ainda, aos deputados, que a previsão do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, é de que em três ou quatro meses os Estados brasileiros terão vacinado toda sua população adulta. “Queiroga diz que em três ou quatro meses teremos controle epidemiológico da pandemia”, afirmou.
O ministro da Economia, disse, ainda, que, por questões políticas, o País ficou “dois ou três meses” sem auxílio emergencial no início do ano, mas mesmo assim a economia brasileira “bombou” nesse período. “A economia subiu do mesmo jeito. Quer dizer que já estava se levantando de novo”, disse, acrescentando que a “fila de liberação” de recursos também permitiu alguma transferência em janeiro e fevereiro.
O ministro repetiu que a economia brasileira surpreendeu o mundo e se recuperou em “V”, com desempenho melhor do que os países desenvolvidos, à exceção da China e EUA. “A economia já voltou em V, voltamos ao nível anterior à pandemia, com a diferença que continuamos crescendo, vamos superar esse nível.”
Citando os números do varejo divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Guedes disse que a economia está decolando e que isso aparece em diferentes indicadores, como a arrecadação.
Guedes também fez uma retrospectiva das ações do governo na pandemia. Ele disse que o governo zerou a fila do Bolsa Família e atendeu aos mais frágeis imediatamente. “Preferimos pecar pelo excesso. Gastamos 8,5% do PIB, R$ 600 bilhões, metade para os mais frágeis.” O ministro ainda disse que o Benefício Emergencial (BEm) custou R$ 47 bilhões e protegeu um terço da mão de obra formal privada do País. Ele repetiu que foi a primeira recessão que houve criação de vagas.
Sustentação parlamentar
Na audiência, Paulo Guedes, afirmou que o governo Bolsonaro tem atualmente um “eixo de sustentação parlamentar” no Congresso, algo que não tinha no início da administração. Para ilustrar o comentário, Guedes lembrou que neste ano, “em poucas semanas”, o Congresso aprovou o projeto de autonomia do Banco Central, a lei de saneamento e a lei do gás, entre outras matérias de interesse do governo. “Está tudo andando”, disse o ministro. “O plano econômico está andando.”
Guedes disse ainda que a economia brasileira é uma “engrenagem” que funcionou. “Fomos testados no limite”, afirmou o ministro. Por outro lado, ele reconheceu contribuições trazidas pela própria oposição ao governo, inclusive em matérias como a Reforma da Previdência. “Mesmo a oposição, quando divergiu, trouxe ensinamentos importantes”, disse. “Nos ajudaram quando disseram que o BPC Benefício de Prestação Continuada é importante para regiões mais frágeis.”
Reformas
O ministro da Economia fez na audiência uma defesa de duas propostas de reformas econômicas do governo: a administrativa e a tributária. Segundo ele, no primeiro caso a intenção é respeitar “todos os direitos do funcionalismo público atual”. “Queremos valorizar o serviço público”, acrescentou.
Ao tratar da reforma tributária, Guedes lembrou que o Brasil é um País de baixa renda. “Não adianta jogar impostos em cima de 30 milhões de brasileiros com renda baixa”, disse. O ministro fez ainda uma defesa da tributação dos rendimentos de capital e da remoção de subsídios na economia.
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