Nesta quinta-feira (16), os pilotos Gustavo Sakakihara e Valter Obiava, pilotos da Divisão Aérea da Casa Militar do Governo do Paraná, tiveram a oportunidade de conhecer Sofia Ramos, uma adolescente de 15 anos cuja vida foi salva graças ao transporte ágil de um coração transplantado. O encontro ocorreu no hangar do Aeroporto do Bacacheri e emocionou os pilotos que realizaram o transporte do órgão no ano passado.
O Paraná se destaca como líder nacional em doações de órgãos, com 486 doadores registrados em 2023, de acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT). O estado alcançou a marca de 42,5 doadores por milhão de população, muito acima da média nacional de 19,9. Além disso, o Paraná tem a menor taxa de recusa familiar para doação no Brasil, com 27% de recusa nas entrevistas familiares, comparado à média nacional de 42%.
Sofia, diagnosticada com miocardia dilatada, teve sua vida salva pelo rápido transporte do órgão pelos pilotos da Divisão Aérea. O comandante Sakakihara, que atua há cinco anos na Divisão Aérea, expressou sua emoção ao conhecer Sofia: “Transportei tantos órgãos que já perdi a conta exata de quantos. Mas essa é a primeira vez que conheço alguém que recebeu um órgão que eu transportei. E está sendo uma sensação incrível, indescritível, de ver que hoje a Sofia está bem”.
O comandante Obiava, cabo da Polícia Militar e piloto de aeronaves há dois anos na Divisão Aérea, destacou a importância da missão de transporte de órgãos, afirmando que é uma das missões mais gratificantes realizadas pela equipe.
Sofia e sua mãe, Karen Regina Zampieri, agradeceram o trabalho da equipe da Divisão Aérea. Karen destacou a emoção de receber a notícia de que havia um coração disponível para sua filha, comparando a sensação ao nascimento de Sofia: “Receber a notícia de que havia um coração para minha filha foi a melhor sensação do mundo. Melhor até do que o nascimento dela, porque no nascimento a gente espera pela vida. No transplante há esse risco real. E ninguém espera que o filho morra. E o caso da doença dela havia esse risco”.
Estrutura de Transplantes do Paraná
A Central Estadual de Transplantes (CET), localizada em Curitiba, coordena as atividades de doação e transplantes em todo o estado. Além disso, quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel orientam e capacitam equipes em 67 hospitais do Paraná, que mantêm Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). Cerca de 700 profissionais estão envolvidos nesse processo, incluindo 32 equipes de transplante de órgãos e 29 serviços transplantadores de córneas.
Para garantir a eficácia na logística do transporte de órgãos, o Governo do Paraná disponibiliza uma infraestrutura robusta, incluindo nove veículos próprios do Sistema Estadual de Transplantes, além da frota das Regionais de Saúde e 12 aeronaves prontas para serem acionadas quando necessário.
Em 2023, a equipe da Divisão Aérea registrou um recorde no número de missões para transporte de órgãos, acumulando mais de 300 horas em 137 voos, transportando pelo menos 211 órgãos, mais que o dobro do registrado em 2022.
Incentivo à Doação
Sofia e sua mãe agora são incentivadoras do transplante de órgãos, ressaltando a importância da estrutura e do trabalho de tantas pessoas envolvidas no processo. “Eu não sabia que tinha toda uma estrutura dessa por trás. E quando a gente entende que tem tanta gente trabalhando para salvar vidas, passa a dar valor e incentivar ainda mais a doação”, afirmou Karen.
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