No entanto, o ministro Bento Albuquerque vem dizendo publicamente não haver a possibilidade de racionamento. Em pronunciamento na terça-feira, 31, ele afirmou que a “condição hidroenergética se agravou” e pediu aos consumidores que reduzam o desperdício de energia por meio de ações como usar chuveiro, ar-condicionado e ferro de passar de manhã ou nos fins de semana, mas não falou da possibilidade de racionamento.
A partir desta quarta-feira, entra em vigor a bandeira “escassez hídrica”, que vai valer até 30 de abril de 2022.
A nova bandeira adiciona R$ 14,20 na conta de luz para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Até então, o preço mais elevado era o da bandeira “vermelha patamar 2”, cujo valor era R$ 9,49, reajustado em junho.
O País vive a pior crise hídrica dos últimos 91 anos. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), os reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, que correspondem a 70% da energia gerada no Brasil, estão com 21,3% da capacidade de armazenamento. A previsão do ONS é que esses reservatórios cheguem a 10% da capacidade em novembro.
Para Mourão, o atual cenário de risco de racionamento pode perdurar nos próximos anos, caso as usinas mantenham seus reservatórios em níveis considerados baixos. “A maior parte do uso da água é para atividade da agropecuária. Consumo humano é a menor parte, a outra é a geração de energia. Tem que haver uma dosagem nisso aí. É algo que a gente vai ter que enfrentar nos próximos anos, na minha visão, enquanto não houver recuperação plena dos reservatórios.”
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