Nascido em Rodeio (SC) como Inácio Berri, o menino que ingressou no seminário da Ordem Franciscana, com 8 anos de idade, em Rodeio, também em Santa Catarina, em mais tarde passou a se chamar Policarpo faria 98 anos nesta quarta-feira (13).
Para recordar a data, a Matriz São Pedro Apóstolo, que por 64 anos foi a ‘casa’ de Frei Policarpo deve ter entre as intenções das celebrações a memória do religioso, que no mesmo ano que completou 70 anos de ordenação sacerdotal, 2020, faleceu, em 4 de outubro dia que é dedicado ao fundador da ordem que escolheu como exemplo de vida, São Francisco de Assis.
Frei Evandro Balestin, pároco da Matriz São Pedro Apóstolo recorda que esteve com Frei Policarpo várias vezes, no período de sua formação, até mesmo pelo tempo que atuou em Mangueirinha, e até mesmo como Definidor da Província Franciscana.
Ele recorda ainda a alegria de Policarpo, as inúmeras bênçãos; “tanto que pessoas do interior, da cidade, recorriam a ele.”
Frei Evandro comenta que ele mesmo recebeu a bênção de Policarpo em diversas ocasiões, pois, era costume pedir a bênção.
Policarpo em Pato Branco
Perto de completar dois anos de seu falecimento, a presença de Frei Policarpo é bastante vívida na memória da população.
Ordenado em 25 de julho de 1950, no Rio de Janeiro (RJ), o jovem frei, permaneceu quatro anos em Niterói (RJ), e aos 32 anos, em 1956, chegou a Pato Branco, após uma breve passagem por Francisco Beltrão.
Como ele mesmo costumava contar, nunca foi transferido. Em certa entrevista ao Diário do Sudoeste, como revelou o Especial Frei Policarpo publicado em 2020 ele afirmou, “eu nunca pedi transferência, e não pedindo eles [Província Franciscana] me deixaram em paz aqui. Se eu tivesse pedido, eles teriam me mandado para outro lugar, mas fiquei quietinho nesses 57 anos (na época da entrevista), eu até recebi o agradecimento do provincial por nunca ter pedido transferência.”
Também no especial de 2020, foi revelado pelas pesquisadoras Neri França Fornari Bocchese e Elizabeth Maria Chemin Bodanese, que em 1977, o frei já bastante querido pela comunidade de Pato Branco, foi “emprestado” para a Paróquia de Ipanema (RJ).
Segundo as pesquisadoras a população acreditando que o religioso não mais voltaria, tratou de organizar um abaixo-assinado implorando o regresso.
Policarpo teve grande influência, cultural, social e política em Pato Branco. Ele viu a transformação da cidade; contribuiu para a implantação de meios de comunicação no município; foi responsável pela aquisição do órgão, que está no mezanino da Matriz São Pedro, fabricado em Ludwigsburg, na Alemanha. Foi tema de música, além de ter escrito outras tantas.
Centro de estórias do folclore pato-branquense, Policarpo ganhou em uma rifa da festa de inauguração da matriz, em 1965, um Jeep que ele mesmo dirigiu por pouco tempo. O motivo teria sido um acidente.
Contudo, ele é constantemente lembrado como o frei das bênçãos. E para cada situação, tinha uma.
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