As Polícias Civil e Militar fizeram um protesto nesta sexta-feira (17), em todo o Paraná, organizado pelos sindicados das categorias. Eles reivindicam junto ao governo do Estado a reposição salarial inflacionária dos últimos seis anos, cerca de 38%. Em Pato Branco, o protesto ocorreu na Praça Presidente Vargas.
A escrivã aposentada, Elza Luiza Pfaffenzeller afirmou que é uma luta de todos os servidores públicos do Paraná. “Desde 2017, nós não temos a nossa data base respeitada e não estamos recebendo sequer a reposição da inflação, que é um direito de todo o cidadão trabalhador neste país. É constitucional e o governo do Estado sequer senta para conversar com os nossos representantes, nossos sindicatos. Portanto, o que ele tem falado na mídia na realidade não é tudo isso. Ele mente, mente, dizendo que está dando aumento. Não é aumento, estão enganando o povo dizendo que nós somos os parasitas que estamos querendo aumento. Isso não é verdade, nós queremos simplesmente o que é o nosso direito, que é a reposição da inflação”, destacou.
O delegado regional do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), Roberto Amaral disse que deram apoio aos colegas das Polícias Civis e Militar, que divulgaram a manifestação nas principais cidades do Paraná, reivindicando os direitos básicos, pois estão há seis anos desassistidos pelo governo do Estado. “Estamos com 38% de defasagem no salário de reposições que temos direito anual. O governo ofereceu 3% só que no ano passado já estava devendo 1,5%, pois não pagou. Então na verdade é 1,5% e faremos mais manifestações, pois do jeito que está não dá. O governo ofereceu um vale alimentação, mas nada incorpora no salário e os aposentados, que deram a vida pela polícia, não recebem, pois não estão na ativa. Então é complicado, o governo está jogando o povo contra a polícia e deixando nós desassistidos. Não está ajudando em nada com extrajornada, pagando uma merreca, cerca de R$ 30,00 a hora, dando a entender que para ganhar a mais daquilo que ele te deve quer que trabalhe. Então são poucos policiais aderindo a hora extra e o pessoal está cansado. Com isso, os sindicatos estão se reunindo a nível de Estado para tomar uma medida mais drástica”, afirmou.
O sargento da reserva, Mauro Edson dos Santos, afirmou que estão dando apoio ao pessoal da ativa, pois fazem seis anos que não ganham reposição. “O salário mínimo sobe todo ano e os policiais militares, civis e professores não tem um centavo de aumento há seis anos. No meu caso, o governo está descontando R$ 500,00, em cima da previdência”, reclamou.
De acordo com o o sargento Mauro Edson, também reivindicam a regulamentação da carga horária e a revisão da tabela. “Soldado entra hoje ganhando cerca de R$ 1.800,00 por um ano. Embora dizem ser aluno, trabalha seis meses nas ruas junto com outro, leva bala e processo para ganhar isso, num Estado tão rico como o nosso. Com isso, fazem empréstimo para manter a família e ficam endividados até ganhar cerca de R$ 3.200,00. Soldado em fim de carreira ganha em torno de R$ 3.500,00, basicamente o mesmo valor de quando entrou na corporação. Já um oficial inicia com R$ 8.000,00 e saí ganhando mais de R$ 30 mil. É uma disparidade muito grande”, completou.
Sudoeste
Em Francisco Beltrão, policiais de folga e da reserva também realizaram atos de mobilização no calçadão da Catedral.