População abraçou a causa do Hospital do Câncer a garantiu a evolução do local em 25 anos

Obra foi concretizada com doações da comunidade / Crédito: Arquivo/Fundação Hospital do Câncer

No próximo domingo (6), a Fundação Hospital do Câncer de Pato Branco, uma instituição público-privada, completa 25 anos de trajetória e, nesse período, soma diversos pacientes tratados e conquistas.

A história do Hospital do Câncer começou em 6 de novembro de 1997, quando um grupo de 43 pessoas da região se reuniu com o objetivo de aproximar o tratamento de câncer para a população do Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina.

O primeiro passo do grupo foi dar início as campanhas de arrecadação de dinheiro e materiais de construção para a construção do edifício onde o Hospital seria abrigado.

De acordo com o presidente do Conselho dos Instituidores da Fundação, Osmar Gabriel, a população de toda a região já estava envolvida nos primeiros passos da construção. “As pessoas se envolveram de uma forma tão grande nessa campanha que ajudou a construir tudo o que tem hoje aqui. São condição que o povo do Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina colocou em nossas mãos para que nós transformássemos em uma edificação e instalasse o equipamento”, destacou.

Campanhas

Todas as formas de campanhas foram utilizadas para arrecadar recursos e dar andamento a obra. A população pode ajudar através da participação de festas nas capelas, doações, leilões, entre outros. Cada pessoa contribuía da forma que podia, alguns com menos e outros, como era o caso de empresários, com mais.

A campanha mais conhecida realizada pelo Hospital do Câncer foi a arrecadação de dinheiro em um garrafão. No total, 590 garrafões foram distribuídos na região, entre comércio e empresas, e todos podiam depositar moedas dentro. “Foi uma coisa fantástica, tivemos dificuldades em abrir esses garrafões, mas foi um sucesso, é uma das campanhas mais marcantes que fizemos”, comenta Gabriel.

O presidente afirma que as doações aconteceram de forma rápida, pois haviam pessoas contribuindo desde um até 500 sacos de cimento para a construção, doando a proporcionalidade que podiam, “do jeito deles, como tem pessoas que puderam doar um, teve outros que puderam contribuir com mais. Eu sempre digo que todas as doações que vieram, somaram. As pessoas abraçaram a causa e naquele momento, a condição daquela pessoa dar alguma coisa para nós foi significativo demais, porque essa junção de forças é importante”. 

Além das doações, muitas pessoas se ofereceram para trabalhar voluntariamente na construção do edifício e esse, segundo Gabriel, foi o primeiro passo para que o local chegasse onde está atualmente.

Obra

O edifício onde hoje é o Hospital do Câncer começou a ser construído no dia 5 de janeiro de 1998, com a terraplanagem. A obra foi dimensionada dentro das necessidades da área de oncologia, sendo necessário a construção de salas para abrigar equipamentos destinados ao tratamento de câncer, como o acelerador linear, além de consultórios.

Todo o sistema necessário, dentro das normas técnicas determinadas pelos órgãos responsáveis, foi possibilitado através da contratação de um médico e uma arquiteta especializada na área hospitalar, para que tudo fosse finalizado e entregue no dia 29 de dezembro de 2000.

“Foi e ainda é uma grande obra, todo o trabalho que começou lá está revertendo hoje aos pacientes de uma forma muito boa e organizada, vem evoluindo”, destaca Gabriel.

Grupos de apoio

Segundo Gabriel, a fundação é mantenedora do Hospital do Câncer, considerada a mãe de todo o processo de tratamento de câncer na região.

“Se não existisse a fundação, nós não teríamos tratamento de câncer em Pato Branco, ou teríamos de uma forma menor”, afirma, destacando que todas as campanhas, arrecadações e projetos surgiram de grupos de apoio aos pacientes.

Em Pato Branco, por exemplo, os pacientes oncológicos contam com o suporte do Grupo Gama, enquanto em Chopinzinho há o Onc Vida, em Campo Erê, o grupo Amor a Vida, além de muitos outros espalhados pela região. Todos esses grupos dão suporte para os pacientes em suas respectivas cidades e são comandados por mulheres, ou seja, o surgimento do Hospital do Câncer trouxe uma ramificação de ajuda ao paciente.

Lutas

Para se tornar apto a realizar processos de quimioterapia e radioterapia, o presidente da Fundação destaca que o processo foi longo e precisou de muito suporte da população para a aquisição dos equipamentos necessários. Gabriel aponta que os 25 anos de luta devem servir de homenagem para todas as pessoas que por ali passaram ou ajudaram.

“Nós lutamos pelo tratamento digno de pacientes, conforto ambiental para eles”, explica.

Parcerias

A Fundação Hospital do Câncer tem grande ligação com o Instituto Policlínica e ao Grupo Gama, sendo instituições interligadas no diagnóstico, tratamento, acolhimento e prevenção do câncer, além de contar também com as casas de apoio de outras regiões.

Novidade

Atualmente a Fundação atende municípios da Sétima Regional de Saúde, com 15 municípios do Sudoeste do Paraná e 7 municípios de Santa Catarina. De acordo com Gabriel, aproximadamente mil casos de câncer são atendidos anualmente na unidade.

A expectativa é que pacientes de outros municípios de Santa Catarina passem a ser atendidos pelo Hospital. “Por exemplo, Palma Sola a Pato Branco são 95 quilômetros, enquanto Palma Sola a Cascavel são 240. É desumano colocar um paciente fazer quimioterapia, radioterapia ou consultas em cima de uma ambulância e ir tão longe, sendo que o tratamento pode ser feito aqui”, afirma.

Para Gabriel, é um importante passo e motivo de orgulho para os fundadores do local, pois mostra o quanto a Fundação evoluiu ao longo dos 25 anos, podendo “atender mais pacientes e salvar mais vidas, dar mais conforto”.

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